Sem chuvas, tarifa de energia deve permanecer mais cara em novembro
A tarifa elétrica em novembro poderá permanecer no patamar 2, que adiciona R$ 3,50, a cada quilowatt-hora (Kwh) consumido
Manutenção da bandeira vermelha |
Se
o cenário hidrológico permanecer desfavorável, com o registro de chuvas
abaixo da média histórica, a tarifa elétrica em novembro poderá
permanecer no patamar 2, que adiciona R$ 3,50, a cada quilowatt-hora
(Kwh) consumido.
“A continuar com o desenho que temos até agora, aponta-se para a
manutenção da bandeira vermelha patamar 2”, disse hoje (20) o presidente
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.
O assunto será tema da reunião da agência na próxima terça-feira
(24). Na ocasião, a agência deverá lançar uma consulta pública para
discutir a metodologia de acionamento das bandeiras, que, atualmente se
baseia no valor do Custo Marginal de Operação (CMO) para o próximo mês.
Isso significa que, se houver um grande volume de chuva nos próximos
dias, o modelo toma essa precipitação para constituir o valor futuro,
mesmo que as chuvas diminuam.
A Aneel avalia a possibilidade de que também seja considerado o nível
de armazenamento dos reservatórios no cálculo da tarifa. Se a fórmula
que será debatida estivesse em vigor, a agência poderia ter acionado
antes as bandeiras amarela e/ou vermelha durante o período seco, quando
já se esperava uma hidrologia desfavorável e diminuição acima da média
do volume dos reservatórios.
Na quinta-feira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)
disse que vai reforçar o pedido para a Petrobras para “viabilizar”
combustível para as termelétricas operacionalmente disponíveis, mas que
estão paradas por falta do insumo. No início do mês, diante da previsão
de que o armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas fique
abaixo do verificado em 2014, ano mais crítico do histórico recente, o
comitê já havia decidido acionar a petrolífera para fornecer combustível
para algumas termelétricas movidas a gás.
Por conta do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o
governo tem que acionar as usinas térmicas para garantir o fornecimento
de energia. Na reunião, o comitê reiterou que não há risco de
desabastecimento de energia e, após análise de custos e benefícios, o
voltou a descartar o acionamento das usinas termelétricas mais caras,
cujo custo está acima do preço da energia no mercado à vista, o chamado
“despacho fora da ordem de mérito”.
Com essa decisão, permanecerão desligadas as térmicas cujo custo da
energia supera o preço no mercado de curto prazo. O tema, entretanto,
será debatido novamente na próxima semana. Além disso, o comitê também
reiterou, se necessário, o aumento da importação de energia elétrica da
Argentina e do Uruguai “na medida em que for possível”.
De acordo com o comitê, o cenário hidrológico para os próximos sete
dias tem previsão de “anomalias negativas de precipitação na região
central do Brasil”, área de abrangência das bacias de maior relevância
para a geração de energia elétrica e de precipitação acima da média no
extremo Sul, o que aponta para um atraso na transição para o período
úmido em relação ao histórico de chuvas.
Agência Brasil
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