segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Informações indevidas recebidas na cadeia

Juiz Marcelo Bretas determina que Sérgio Cabral seja transferido para presídio federal

Pedido foi apresentado pelo procurador Sérgio Pinel, sob alegação de que o ex-governador teve acesso a informações privilegiadas

Memória EBC/Divulgação
Após pedido do Ministério Publico Federal (MPF), o juiz Marcelo Bretas determinou a transferência do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) para um presídio federal nesta segunda-feira (23/10). De acordo com o procurador Sérgio Pinel, Cabral demonstrou no depoimento que está recebendo informações indevidas na cadeia. A informação é do blog do Fausto Macedo do Estado de São Paulo.
O ex-governador citou, por exemplo, que o marqueteiro Renato Pereira firmou acordo de delação premiada. Segundo o MPF, as “informações indevidas” prejudicam a instrução do processo.
O presídio para onde o peemedebista será enviado ainda não foi escolhido. A ordem do juiz será encaminhada ao Ministério da Justiça, que decidirá em qual unidade Cabral ficará preso.
A decisão de transferir o Sérgio Cabral ocorreu em uma audiência marcada pela tensão entre o réu e o magistrado. Bretas chegou a suspender a sessão por cinco minutos, depois que o ex-governador o acusou de procurar projeção pessoal.
“O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal me fazendo um calvário”, disse o ex-governador. Sérgio Cabral já soma mais de 70 anos de prisão, em três sentenças.
O juiz ficou irritado quando Cabral, ao dizer que comprou joias com dinheiro de caixa dois, mencionou que a família de Bretas trabalhava com a venda de bijouterias. O magistrado reclamou de o ex-governador ter demonstrado conhecimento sobre detalhes de familiares seus, o que pesou para que o pedido fosse feito e aceito quase imediatamente.
“Isso pode ser subentendido como ameaça. E a lei veda que o próprio acusado crie uma suspeição que não venha de orientação técnica”, disse Bretas. “Isso vem de pessoa que está obviamente chateada por questões que lhe são contrárias”, completou.
Metrópoles - Thayna Schuquel

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