A guerra dos Estados Unidos contra opioides, o remédio mais perigoso do mundo
Nesta quinta-feira, a Casa Branca deve fazer um pronunciamento sobre a gravidade da epidemia de uso excessivo de opioides
Opioides: o fundo público para emergências de saúde têm apenas 57.000 dólares restantes em caixa |
O uso excessivo de opioides, remédios utilizados no combate a dores crônicas, virou caso de emergência nacional nos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, ao meio-dia, no horário de Brasília, a Casa Branca
deve fazer um pronunciamento sobre a gravidade da epidemia.
Normalmente, os anúncios deste tipo são acompanhados de
medidas para controlar o problema no curto prazo, mas o fundo público
para emergências de saúde têm apenas 57.000 dólares restantes em caixa,
de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados
Unidos (HHS).
O National Institute on Drug Abuse, que investiga e
acompanha os vícios da população americana, apontou em junho que cerca
de 90 pessoas morrem todos os dias no país por overdose de opioides.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças estima que a
epidemia já custe 78,5 bilhões de dólares aos cofres públicos
americanos, num fardo que inclui custos com saúde, perda de
produtividade profissional, tratamentos de dependência e envolvimento da
justiça.
No dia 19 de outubro, a agência de notícias Bloomberg
publicou uma reportagem falando sobre a disseminação da droga em Wall
Street, centro financeiro dos Estados Unidos, intitulada “The Opioid Addict on the Trading Floor”, mostrando que o problema não está mais restrito a comunidades pobres e já atinge executivos.
Entre 2014 e 2015, enquanto as mortes por opióides cresceram
16% no país, elas avançaram 25% em Nova York e 31% em Connecticut,
ambos entre os estados americanos mais ricos. Os dados são da Kaiser
Family Foundation.
O problema não é restrito aos Estados Unidos. Em setembro deste ano, a revista Superinteressante publicou uma reportagem de capa sobre a epidemia, intitulada “O remédio mais perigoso do mundo”.
O texto conta que, com a repressão à droga nos Estados
Unidos, os laboratórios estão apostando em outros mercados, inclusive o
brasileiro. Por aqui, o consumo de opioides per capita ainda é um dos
menores do mundo, e o cultivo de papoula, planta de onde a matéria-prima
base dos remédios, o ópio, é extraído, é proibido.
Porém, de acordo com o laboratório Mundipharma, que produz o
remédio OxyContin, vendido no Brasil, há 80 milhões de pessoas sofrendo
de dores crônicas no país. Uma multidão de consumidores em potencial.
Por EXAME Hoje
Por EXAME Hoje
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