O que dizem os “arquivos secretos” do assassinato do presidente John F Kennedy
Mais de 50 anos depois da morte do presidente americano John F. Kennedy, milhares de documentos da investigação, até então sigilosos, foram divulgados
John F Kennedy, presidente dos Estados Unidos: milhares de documentos parte da investigação do seu assassinato foram divulgados - (Keystone/Staff/Getty Images) |
São Paulo – Poucos assuntos se tornaram fontes
tão ricas de teorias da conspiração quanto o assassinato do presidente
americano John F. Kennedy (JFK) em 22 de novembro de 1963. Agora,
milhares de documentos da CIA, agência de inteligência dos EUA, relacionados à investigação sobre a sua morte foram liberados após 50 anos de sigilo.
Nascido em 1917, Kennedy era do Partido Democrata e foi
eleito em 1960. Morreu em plena luz do dia, aos olhos de milhares de
pessoas que acompanhavam a sua carreata no centro de Dallas, Texas. O
então presidente estava sentado ao lado de sua esposa, Jacqueline
Kennedy, quando foi baleado no pescoço e na cabeça por Lee Harvey
Oswald, de 24 anos.
Oswald foi preso e morto dias depois na delegacia de polícia
por Jack Ruby, um dono de boate relacionado com organizações
criminosas. Anos depois, uma investigação concluiu que o assassino de
Kennedy havia agido sozinho e que tanto ele quanto Ruby não eram parte
de nenhuma conspiração.
Tal nunca explicou, no entanto, as circunstâncias exatas por
trás do crime, tornando o caso um prato cheio para teorias
conspiratórias e controvérsias. A polêmica só deve se tornar ainda mais
atraente daqui em diante, uma vez que o presidente atual, Donald Trump,
havia anteriormente prometido divulgar mais de 3 mil documentos, mas,
alegando “ameaças à segurança nacional”, recuou e segurou alguns deles.
Todos os relatórios fazem parte dos chamados “Arquivos de JFK”,
uma coleção compilada pelo Arquivo Nacional dos Estados Unidos em 1992 e
que conta com mais de 5 milhões de páginas de registros. Desde o fim da
década de 90, parte dela está disponível online. Agora, mais um trecho
pode ser acessado pelo público no site da entidade.
Veja o que dizem alguns dos documentos publicados nesta semana.
FBI sabia que alguém tentaria assassinar Oswald
O chefe do FBI, J. Edgar Hoover, contou
durante a investigação que a agência recebeu uma ligação de um homem de
voz mansa e que dizia ser parte de um comitê que visava assassinar
Oswald. Teria, então, pressionado o chefe da polícia de Dallas para que
redobrasse a proteção ao atirador que matou JFK, mas os esforços foram
em vão.
Oswald era procurado pelo FBI antes de matar JFK
Uma divisão do FBI estava investigando
Oswald depois que fontes da agência que eram ligadas a Cuba mencionaram
o seu nome. A agência tentou localizá-lo em outubro de 1963.
Os planos para matar Fidel Castro
Os documentos mostram
os planos da CIA de assassinar líderes internacionais, como o cubano
Fidel Castro. Segundo um relatório de 1975, a agência enviou um
intermediário para que oferecesse 150 mil dólares para que um mafioso
contratasse um matador de aluguel que iria para Cuba assassinar Castro.
Outro plano envolvia cooperação de mafiosos para que levassem pílulas
venenosas para ilha e as colocassem na bebida do líder cubano.
Além de Castro, a CIA teria planos de matar o líder da
República Democrática do Congo, Patrice Lumumba, e o então presidente da
Indonésia, Sukarno.
Reações de felicidade com a morte de JFK
Em um relatório
de 27 de novembro de 1963, a CIA descreveu as reações de autoridades
cubanas à notícia da morte de JFK. De acordo com o documento, um
embaixador de Cuba teria reagido com “felicidade”. Mais tarde, essa
autoridade e sua equipe teriam recebido um puxão de orelha e pedidos de
que “parassem de aparecer felizes em público” e “adotassem posturas
sóbrias”.
União Soviética enxergava morte de JFK como tentativa de golpe
Um memorando detalhava
a reação da União Soviética sobre a morte de JFK. De acordo com as
fontes soviéticas ouvidas por um comitê de investigação, oficiais do
Partido Comunista acreditavam que o assassinato do presidente americano
era parte de uma tentativa de golpe de estado da extrema-direita dos
EUA. Negavam, ainda, qualquer relação com Oswald.
Oswald estava em contato com KGB
De acordo com um dos documentos,
Oswald esteve na embaixada da União Soviética nos EUA em setembro de
1963 e teria contato com um agente da KGB, serviço secreto soviético,
que era parte de uma unidade especializada em assassinatos e sabotagens.
Exame - Por Gabriela Ruic
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