Filhos e enteados do senador Romero Jucá são alvos de operação da Polícia Federal
A
Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (28) uma
operação, batizada de Anel de Giges, para cumprir mandados de busca e
apreensão e condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir prestar
depoimento) contra filhos e enteados do líder do governo no Senado e
presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR).
A assessoria da PF
informou que, durante a investigação, foi identificado o desvio de R$ 32
milhões dos cofres públicos por meio do superfaturamento na compra da
Fazenda Recreio – propriedade localizada em Boa Vista – e na construção
do empreendimento Vila Jardim, projeto financiado com recursos do
programa Minha Casa Minha Vida na capital de Roraima.
Romero
Jucá é investigado pela Operação Lava Jato, mas as diligências cumpridas
nesta quinta não têm relação direta com o parlamentar de Roraima. Os
alvos da operação Anel de Giges não têm foro privilegiado.
Os
nomes dos suspeitos não haviam sido divulgados até a última atualização
desta reportagem. O G1 ainda não conseguiu contato com a assessoria do
líder do governo no Senado.
Responsável pela defesa de Jucá na
Lava Jato, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro informou à
GloboNews que o escritório dele acompanhou, em Brasília, a condução
coercitiva de duas filhas do senador do PMDB.
Ainda de acordo com a
Polícia Federal, há indícios de irregularidades na fiscalização e
aprovação do empreendimento Vila Jardim por parte de funcionários da
Caixa Econômica Federal.
Ao todo, os policiais federais cumprem 17
mandados judiciais: 9 de busca e apreensão e 8 de condução coercitiva.
As diligências ocorrem em Boa Vista, Brasília e Belo Horizonte.
Segundo
a assessoria da PF, os investigadores conduziram coercitivamente os
suspeitos para prestarem esclarecimentos sobre as suspeitas de crimes de
peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo a
Fazenda Recreio.
A operação foi batizada de Anel de Giges
inspirada na citação em um dos livros da obra “A República”, de Platão,
em que é discutido o tema da Justiça. O Anel de Giges, de acordo com a
PF, permite ao seu portador que fique invisível e cometa atos ilícitos
sem consequências.
G1
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