domingo, 17 de setembro de 2017

Mariz:o político nota 10

22 anos depois, Antônio Mariz é símbolo de Ética e Competência a fazer muita falta

Foi um setembro de 1995, era sábado quando por volta das 17h58 fomos chamados a adentrar ao quarto anterior onde estava enfermo o governador Antônio Marques da Silva Mariz para ouvir do competente médico Ricardo Maia, que ele acabara de falecer, portanto, era dada a mim a difícil tarefa de anunciar sua morte.
Poucos sabem mas, antes de ir, apelei para o Secretário da Casa Civil, Ronald Queiroz, fazer o comunicado público pela função que exercia, mas este, sempre sereno e firme, declinou da missão se dizendo sem condições emocionais para tal. O mesmo fez o Chefe de Gabinete, Cláudio Paiva Leite, também abalado.
Restou a mim a dura tarefa de anunciar a morte de um governador competente, preparado para o exercício de reformas expressivas, mas que a morte e a pouca sorte da Paraíba não deixaram ele executar.
Eram só alguns metros da casa maior da Granja Santana, residência oficial do Governo da Paraíba para onde estava a Imprensa, mas para mim era uma distância imensa com o ardor da missão penosa de comunicar a morte, não só de um Líder incomum, mas de um Grande Projeto de redenção do Estado em termos de propostas ousadas nos diferentes níveis.
Com voz embargada, trêmulo, cumpri a mais difícil missão que um amigo pode cumprir no exercício do Poder, cujo saldo de apenas 9 meses de Governo sem chances de governar plenamente, Mariz se foi com 74% de aprovação, conforme pesquisa IBOPE que chegara na semana seguinte.
MUDANÇAS COM M MAIÚSCULO
Muito antes da obrigatoriedade dos governos exporem os números da gestão, Antônio Mariz implantou na Paraíba a publicação mensal das Contas nos veículos de comunicação do Estado.
Não havia a febre da internet, mas era assim que Mariz agia, com transparência total. Trouxe para o Estado o que fizera na Prefeitura de Sousa, em 1963.
Transparência, inclusão social e Desenvolvimento sustentável fazia parte do tripé do Governo de Mariz construído a muitas mãos importantes, como de Ronald Queiroz, Tânia Barcelar, Juarez Farias, Inaldo Leitão, José Costa, Mauro Nunes, Ademir Alves, Adalberto Barreto, Otacilio Silveira, Carlos Pereira de Carvalho e Silva e por aí vai.
MATAR A FOME PRIMEIRO
Muito antes de Lula e do PT, Mariz já tinha como premissa prioritária atender com urgência a fome dos miseráveis paraibanos. Queria e exigia que o Governo fosse até eles resolver a comida permanente.
Com Mariz, pela primeira vez a Paraíba conviveu com a Transposição de água de Coremas para as Várzeas de Sousa.
Em pouco tempo de Governo ele consolidou o antigo sonho do Canal da Redenção, cujo efeito seguinte esteve muito abaixo da reforma agrária que Antônio Mariz desenhava para atender aos pequenos produtores e agricultores das Várzeas.
E com base em dados estatísticos existentes, Mariz tinha como meta buscar e construir novas vocações econômicas para o Estado, mas priorizando as políticas públicas para que mais precisava.
Era um governador utópico, socialista sem precisar estereótipos da Esquerda a quem sempre ajudou.
Mariz estava preparado, ou seja, com todo respeito a todos os demais governantes, ele foi quem melhor se preparou para uma gestão modelar e Reformista, certamente a desagradar setores reacionários intolerantes a mudanças de hábito político, mas o acaso e a História privaram a Paraíba dos avanços sócio - econômicos que tanto sonhou.
O imortal governador Antônio Marques da Silva Mariz, exemplar político e Servidor Público, ainda hoje faz muita falta, inclusive na cena nacional.
Lá se foi o Político nota 10.
WSCOM

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