22 anos depois, Antônio Mariz é símbolo de Ética e Competência a fazer muita falta
Foi um setembro de 1995, era sábado quando por volta das 17h58 fomos
chamados a adentrar ao quarto anterior onde estava enfermo o governador
Antônio Marques da Silva Mariz para ouvir do competente médico Ricardo
Maia, que ele acabara de falecer, portanto, era dada a mim a difícil
tarefa de anunciar sua morte.
Poucos sabem mas, antes de ir, apelei para o Secretário da Casa Civil,
Ronald Queiroz, fazer o comunicado público pela função que exercia, mas
este, sempre sereno e firme, declinou da missão se dizendo sem condições
emocionais para tal. O mesmo fez o Chefe de Gabinete, Cláudio Paiva
Leite, também abalado.
Restou a mim a dura tarefa de anunciar a morte de um governador
competente, preparado para o exercício de reformas expressivas, mas que a
morte e a pouca sorte da Paraíba não deixaram ele executar.
Eram só alguns metros da casa maior da Granja Santana, residência
oficial do Governo da Paraíba para onde estava a Imprensa, mas para mim
era uma distância imensa com o ardor da missão penosa de comunicar a
morte, não só de um Líder incomum, mas de um Grande Projeto de redenção
do Estado em termos de propostas ousadas nos diferentes níveis.
Com voz embargada, trêmulo, cumpri a mais difícil missão que um amigo
pode cumprir no exercício do Poder, cujo saldo de apenas 9 meses de
Governo sem chances de governar plenamente, Mariz se foi com 74% de
aprovação, conforme pesquisa IBOPE que chegara na semana seguinte.
MUDANÇAS COM M MAIÚSCULO
Muito antes da obrigatoriedade dos governos exporem os números da
gestão, Antônio Mariz implantou na Paraíba a publicação mensal das
Contas nos veículos de comunicação do Estado.
Não havia a febre da internet, mas era assim que Mariz agia, com
transparência total. Trouxe para o Estado o que fizera na Prefeitura de
Sousa, em 1963.
Transparência, inclusão social e Desenvolvimento sustentável fazia
parte do tripé do Governo de Mariz construído a muitas mãos importantes,
como de Ronald Queiroz, Tânia Barcelar, Juarez Farias, Inaldo Leitão,
José Costa, Mauro Nunes, Ademir Alves, Adalberto Barreto, Otacilio
Silveira, Carlos Pereira de Carvalho e Silva e por aí vai.
MATAR A FOME PRIMEIRO
Muito antes de Lula e do PT, Mariz já tinha como premissa prioritária
atender com urgência a fome dos miseráveis paraibanos. Queria e exigia
que o Governo fosse até eles resolver a comida permanente.
Com Mariz, pela primeira vez a Paraíba conviveu com a Transposição de água de Coremas para as Várzeas de Sousa.
Em pouco tempo de Governo ele consolidou o antigo sonho do Canal da
Redenção, cujo efeito seguinte esteve muito abaixo da reforma agrária
que Antônio Mariz desenhava para atender aos pequenos produtores e
agricultores das Várzeas.
E com base em dados estatísticos existentes, Mariz tinha como meta
buscar e construir novas vocações econômicas para o Estado, mas
priorizando as políticas públicas para que mais precisava.
Era um governador utópico, socialista sem precisar estereótipos da Esquerda a quem sempre ajudou.
Mariz estava preparado, ou seja, com todo respeito a todos os demais
governantes, ele foi quem melhor se preparou para uma gestão modelar e
Reformista, certamente a desagradar setores reacionários intolerantes a
mudanças de hábito político, mas o acaso e a História privaram a Paraíba
dos avanços sócio - econômicos que tanto sonhou.
O imortal governador Antônio Marques da Silva Mariz, exemplar político e
Servidor Público, ainda hoje faz muita falta, inclusive na cena
nacional.
Lá se foi o Político nota 10.
WSCOM
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