"Eu fui mexer com os poderosos, e estou aqui agora", lamentou Joesley em depoimento
Em depoimento à 6ª
Vara da Justiça Federal em São Paulo, o empresário Joesley Batista, do
grupo JBS, criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
nesta sexta-feira (15).
"Eu fui mexer com os poderosos, com os donos do poder, e estou aqui agora", afirmou.
Joesley
participa de audiência de custódia na investigação sobre uso de
informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro.
"Acho
que o procurador foi muito questionado pelo motivo da nossa imunidade.
Acho que foi um ato de covardia dele. Nós fizemos a maior a mais
importante colaboração da história", acrescentou em depoimento.
Depois
da declaração, o juiz questionou o empresário sobre o motivo do
comentário, já que a audiência é sobre o processo da bolsa de valores e
ações da J&F: "É a primeira vez que estou tendo oportunidade de
falar", respondeu.
Antes da audiência ter início, o advogado de
defesa de Joesley, Pierpalo Bottini, adiantou que o empresário “pretende
narrar, mais uma vez, a impressão deles dos fatos". Bottini também
criticou a decisão do Tribunal Regional Federal 3, que negou nesta
sexta-feira os dois pedidos de habeas corpus para os irmãos. De acordo
com o advogado, a defesa entende a prisão dos dois como "absolutamente
frágil”.
“Estamos impetrando hoje um habeas corpus no STJ
[Superior Tribunal de Justiça] para tentar rever e corrigir a
ilegalidade dessa prisão".
Para Bottini, ocorre um excesso da
Justiça. "Não há qualquer elemento novo que justifique essa prisão.
Todos os elementos que foram usados para decretar a prisão já eram do
conhecimento do MP [Ministério Público] e do juiz há meses e nunca foi
decretada essa prisão. Teve busca e apreensão, eles se apresentaram à
Justiça, prestaram depoimento, entregaram todos os documentos, de forma
que não há qualquer razão para a decretação [da prisão] nesse momento."
O
advogado disse ainda não saber, ainda, para onde seu cliente será
levado após a audiência. "Mas o fundamental é garantir a segurança dele.
Ele é um colaborador. Colocá-lo em sistema prisional comum é temerário.
Por isso, pedimos que ele fique na PF."
Joesley Batista chegou
por volta das 15h30 à Justiça Federal, onde foi ouvido em audiência de
custódia. A audiência começou as 16h30 e durou cerca de meia
hora. Joesley reafirmou inocência. Segundo o empresário, a empresa
vendeu ações no mercado no dia após a divulgação dos áudios contra Temer
"como faz naturalmente". "Vendi porque precisava de caixa", explicou,
negando que a intenção tenha sido obter lucro.
Jornal do Brasil
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