Por que o presidente dos Estados Unidos não manda matar Kim Jong-un?
O governo da Coreia do Norte orientou suas unidades de mísseis para disparar imediatamente caso escutem que o ditador foi assassinado
Segundo a lei americana, a possibilidade de matar Kim Jong-un para evitar uma guerra não existe. “A legislação dos Estados Unidos proíbe
ações encobertas para assassinar políticos rivais em outros países do
mundo”, diz Rebecca Lissner, especialista em segurança nuclear no
Council on Foreign Relations (CFR).
A proibição, contudo, não impediu a
agência de inteligência americana, CIA, de fazer esse tipo de coisa em
vários lugares. O problema no caso da Coreia do Norte é que a operação
seria muito difícil.
As informações sobre o país são escassas
e o paradeiro de Kim Jong-un é um mistério. “Os Estados Unidos
provavelmente errariam o alvo. Nós tentamos matar Saddam Hussein no
início da segunda Guerra do Golfo e o perdemos. Ficamos oito meses
tentando capturá-lo para matá-lo. Osama bin Laden, da Al Qaeda, escapou
dos Estados Unidos por uma década. Com Kim Jong-un provavelmente seria a
mesma coisa”, diz o americano Shea Cotton, especialista em relações
internacionais do Instituto Middlebury, em Monterey, Estados Unidos.
Organizar um complô para matar Kim
Jong-un também seria inviável, já que o círculo próximo do ditador é de
extrema confiança. Aqueles que despertaram alguma suspeita já foram
executados.
Por fim, a morte de Kim Jong-un poderia
provocar uma guerra imediata. “Pelo que sabemos, o governo deu ordens
para suas unidades de mísseis para disparar caso eles escutem que Kim
Jong-un foi morto”, diz Cotton.
A política interna na Coreia do Norte
tampouco mudaria se isso acontecesse. “Provavelmente, quem assumiria o
poder seria um grupo de líderes, mas isso não afetaria o atual sistema
nas suas principais políticas. A Coreia do Norte é um tanto parecida com
Cuba, mas ainda mais rígida”, diz o australiano Adrian Buzo que, no dia
15 de setembro, lançará o livro, Politics and Leadership in North Korea: The Guerilla Dynasty.
Fonte: Veja
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