Joesley Batista atuou de ‘corpo e alma’ para resolver problema pessoal de Marcela Temer
O empresário Joesley Batista, preso a
pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), depois ser acusado de
quebrar seu o acordo de delação premiada, contratou empresa de
“segurança e investigações” de um delegado da Polícia Civil de São Paulo
que investigou em 2008 o assassinato de um diretor da JBS e que foi
destacado em 2016 para atuar no caso da prisão do hacker que clonou o
celular da primeira-dama, Marcela Temer.
Rodolpho Chiarelli, que é do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), é sócio da SCR
Consultoria de Segurança e Investigações, que foi contratada pelo grupo
J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A Polícia Federal investiga o elo da
empresa com a contratação de dois policiais civis de São Paulo que
faziam a segurança particular de Joesley, quando ele prestou depoimento a
investigadores da Operação Bullish, em 16 de junho, e na confecção de
dossiês e investigações para a delação premiada dos irmãos Batista – que
será revista no Supremo Tribunal Federal (STF). O dois policiais foram
interrogados e a JBS já entregou informações sobre a contratação dos
seguranças.
Em maio de 2016, ele participou da prisão de Silvonei José de Jesus
Souza, condenado por extorquir a primeira-dama. Na época, Temer era
vice-presidente e o secretário de Segurança Pública de São Paulo era
Alexandre de Moraes, que foi nomeado ministro da Justiça e agora é
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Secretaria de Segurança Pública de São
Paulo confirmou que a SCR tem Rodolpho como sócio e “possui relação
comercial na área de assessoria/consultoria em segurança empresarial com
a J&F.”
Grampo. O nome “Rodolfo” foi citado em
conversa interceptada pela Polícia Federal, na Operação Patmos,
desdobramento da delação dos executivos da JBS, deflagrada em 18 de
maio, pela PGR, que teve como alvos principais o presidente, Michel
Temer, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A PF não confirmou ainda se a
citação é referente ao delegado.
No diálogo, o diretor de Relações
Institucionais da JBS Ricardo Saud conversa com um interlocutor de nome
Rodolfo sobre um relatório a ser produzido sobre o coronel João Baptista
Lima Filho, o amigo de Temer suspeito de ter recebido propinas do grupo
em nome do presidente.
A PF registrou, em documento sobre as
interceptações, que Saud tem viajado constantemente para tratar de
assuntos sobre o acordo de delação e citou a conversa de 20 de abril de
2017 com “Rodolfo”. Fala-se de “um relatório” mencionando o “nome Yunes”
– outro amigo de Temer – e “solicita que Rodolfo informe que confirmou
que no endereço funciona um escritório ligado àquela pessoa.” A pessoa
seria o coronel Lima Filho, mostra a transcrição da conversa anexada
pela PF.
Fonte: Jornal do País com clickpolitica.com.br
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