ASSOCIAÇÃO DEFENDE JANOT E DIZ QUE 'FUROR MAL CONTIDO' DE GILMAR REVELA 'OBJETIVOS E OPINIÕES PESSOAIS'
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot. conversa com jornalistas em Brasília 01/08/2017 - REUTERS/Adriano Machado |
BRASÍLIA
(Reuters) - O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da
República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, divulgou nota nesta
segunda-feira em que defende o chefe do Ministério Público Federal,
Rodrigo Janot, acusado mais cedo pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), de ser o "procurador-geral mais desqualificado
que já passou pela história" da instituição.
Na
entrevista, concedida à Rádio Gaúcha, o ministro do STF disse que Janot
"não tem condições, na verdade, não tem preparo jurídico nem emocional
para dirigir algum órgão dessa importância". Mendes tem sido o principal
crítico público da atuação do procurador-geral no STF.
Em
nota, a ANPR repudiou os ataques "absolutamente sem base e pessoais" a
Janot proferidos nos últimos dias. Segundo o presidente da entidade, "é
deplorável que um ministro do STF esqueça reiteradamente de sua posição
para tomar posições políticas (muito próximas da política partidária) e
ignore o respeito que tem de existir entre as instituições".
"Não
é o comportamento digno que se esperaria de uma autoridade da
República. O furor mal contido nas declarações de Gilmar Mendes revela
objetivos e opiniões pessoais (além de descabidas), e não cuidado com o
interesse público", criticou.
A
nota destaca que Janot foi nomeado duas vezes para o cargo, após ser
eleito internamente pela categoria, tendo contado assim com apoio
interno e externo. Ressalta ainda que nos quase quatro anos de mandato a
atuação foi sempre "impessoal, objetiva, destemida e de qualidade".
Segundo Robalinho, não por outro motivo Janot tem tido o apoio da
população brasileira.
"O
Ministério Público não age para perseguir ninguém, e não tem agendas
que não o cumprimento de sua missão constitucional. Tampouco, todavia,
teme ou hesita o MPF em desagradar quem quer que seja, quando trabalha
para o cumprimento da lei e promove a justiça", afirmou.
"O
procurador-Geral da República assim tem agido em todas as esferas de
sua competência, promovendo o combate à corrupção e liderando o
Ministério Público Federal na complexa tarefa de defender a sociedade.
Se isto incomoda a alguns, que assim seja. O MPF e suas lideranças
jamais se intimidarão. Estamos em uma República, e ninguém nela está
acima da Lei", concluiu a nota.
Yahoo com Reuters - (Reportagem de Ricardo Brito)
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