AÉCIO NEVES, EM TRÊS ANOS, DA SOBERBA AO BURACO…
“O tucano está cometendo um erro crasso
em política e em marketing: o da superexposição”. Relembrando texto
escrito em 2014, Fernando Brito, do blog Tijolaço, relembra a trajetória
do senador Aécio Neves desde 2014 – na época, Brito previu que o
senador mineiro iria sucumbir ao cenário pós-eleitoral.
Colocada na “moda” pelo Facebook, esta mania de “flashback” na internet acabou por me trazer um texto de 2014, logo após as eleições, uma espécie de presságio do que viria a acontecer com o ex-quase-por um-triz-presidente do Brasil, que hoje precisa andar escondido.
A vaidade empurra Aécio ao suicídio anunciado…
A pior decisão que alguém pode tomar, na política ou em qualquer área da vida é tentar ser diferente do que sempre foi.
Aécio Neves está se lambuzando neste erro, ao proclamar-se o feroz “general da oposição”.
Não foi como homem feroz, mas jeitoso,
que se fez presidente da Câmara, nem governador de Minas e muito menos
que se habilitou ao posto de candidato a Presidente, lugar que Serra
acabou tendo de deixar pela rejeição estigmatizante que reuniu em 2010.
Aécio, confiante nos seus tempos de
praia, espera surfar a “onda” de oposicionismo histérico construída pela
mídia a partir de uma guerra econômica prolongada e de um caso de
polícia e bandido, cuja alimentação seletiva feita por um grupo de
policiais e promotores, com o beneplácito de um juiz de primeira
instância que se candidata a Joaquim Barbosa II.
Se fosse mesmo observador, ainda que de
praia, Aécio saberia que ondas não apenas passam como, muitas vezes,
“enchem”: perdem a força e não levam o surfista a lugar nenhum.
O tucano está cometendo um erro crasso em política e em marketing: o da superexposição.
E o da superexposição pelo radicalismo, o que é ainda pior, porque lhe transmite um ar de inconformismo pós-eleitoral.
De pouco ou nada adianta que formalmente
diga que não se vincula aos que pregam golpe militar e impeachment se,
nas reuniões e manifestações da intolerância é o “rei dos coxinhas”.
Convenhamos: Aécio não tem densidade política para ver-se como um Napoleão no exílio, cuja volta as massas exigirão.
Ninguém sem o porte de um estadista – o que absolutamente lhe falta – consegue se manter candidato por quatro anos.
O que consegue é tornar-se tão ou mais
estigmatizado que Serra, que se inviabiliza nas eleições nacionais por
partir, exceto em São Paulo, de uma repulsa eleitoral generalizada.
Aécio começou o processo eleitoral com uma rejeição de 20% dos eleitores. Chegou ao final do pleito com mais que o dobro.
Agora, aceita tola e vaidosamente o papel de “general da banda” histérica que a mídia, espertíssima, lhe atribui.
Vai ser gasto até ficar poído e restrito à histeria.
Talvez, se olhasse a seu lado e visse o que aconteceu com Marina Silva depois que entregou-se a este papel, não o fizesse.
É estúpido acreditar no próprio discurso
de que Dilma ganhou pela máquina do governo, pelo Bolsa-Família, pelo
“bovinismo” que, pejorativamente, atribuem aos pobres em geral e aos
nordestinos em particular.
Mesmo que se acredite nisso, como supor que ela ganhou metade dos votos que não foram seus ou dele no primeiro turno?
É simples e evidente: Aécio, do político simpático e agregador que
recebeu até mesmo os elogios e alianças de petistas, travestiu-se de
lobo feroz.
Nos 20 dias de segundo turno, perdeu o
favoritismo com que emergiu do primeiro e só não sofreu derrota maior
por artes da Veja e seu golpe publicitário criminoso às vésperas das
eleições.
Agora, no pós-eleição, com uma
disposição poucas vezes vista em sua carreira política, está se
esforçando para ser o primeiro dos radicais e, portanto, o último dos
agregadores.
O que faz um tolo não é apenas a
mediocridade. É a mediocridade dominada pela vaidade primária de quem
acredita que passou a ser o que nunca foi.
Fonte: /www.brasil247.com
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