Filha do presidente Michel Temer diz ser a favor do aborto e legalização das drogas
Luciana é advogada, defende a legalização do aborto, das drogas e da prostituição
No meio da sala do apartamento de Luciana Temer, em Pinheiros, São
Paulo, há dezenas de livros espalhados pelo chão. “Eu me mudei há quase
um ano. Está tudo aí porque uma hora vou fazer uma estante”, diz a
advogada paulistana, 47 anos, ao me receber para esta entrevista. O
motivo da bagunça, ela explica, é a falta de tempo. Para além da criação
de Pedro, 16, e Marina, 14, ela dá aulas de direito em duas
universidades paulistanas (PUC e Uninove) e comanda o Instituto Liberta,
criado em janeiro, para combater a exploração sexual de crianças no
Brasil.
A mais velha entre os cinco filhos do presidente Michel Temer, Luciana
evita ser reconhecida apenas por essa qualidade. Por causa dela, quase
perdeu o emprego de maior projeção de sua carreira, o comando da
Secretaria da Assistência Social da prefeitura de São Paulo, na gestão
Fernando Haddad.
“Quando recebi o convite, aceitei. Mas Haddad precisou consultar meu
pai porque era um cargo do PMDB, visado por outros vereadores.” Temer
disse não ao petista. “Fui até a casa dele e perguntei o porquê daquilo.
Ele disse que eu apanharia muito por ser sua filha. Respondi: ‘Enquanto
você viver, estarei nessa posição. Eu aguento. Você aguenta?’.” O pai
recuou. No ano passado, Luciana foi convidada para falar na ONU sobre a
experiência que teve no cargo, com o programa de acolhimento a usuários
de drogas na Cracolândia. O comando da pasta foi, também, uma
experiência turbulenta. Ela estava na prefeitura durante o processo de
impeachment, em que o PMDB, partido de seu pai e do qual ela também foi
filiada, rompeu com o governo. “Foi difícil, mas meu pai e o Haddad me
apoiaram.” Desde então, tem explicado aos filhos como lidar com os
ataques dirigidos ao avô.
Nascida no bairro do Pacaembu, onde morava com a mãe, Maria Célia de
Toledo, e duas irmãs, Clarissa e Maristela, frequentou colégios
católicos paulistanos. Passava as férias em Tietê, no interior paulista,
terra natal do presidente. “Ele declamava poemas durante a viagem”,
diverte-se. Sonhava em ser psiquiatra, mas, como o pai, formou-se em
direito. Casou-se aos 27 anos, com o advogado Fernando Castelo Branco,
seu colega de faculdade. Separou-se 15 anos depois. Em 2013, engatou um
namoro com o ex-controlador-geral do município, Roberto Porto, que durou
até o fim do ano passado. O rompimento foi notícia em colunas de
fofocas. “Por que isso pode interessar a alguém?”, reflete, com uma
mistura de espanto e indignação.
A seguir, como vive e pensa a poderosa filha do presidente. A íntegra
você confere na edição de maio da Marie Claire, que chega às bancas no
dia 3.
Marie Claire
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