domingo, 18 de dezembro de 2016

Quem são eles?

Operação Lava Jato: Grisalhão” e “Encostado”, entre outros,  seguem incógnitos

Publicado por: Amara Alcântara
incognita
 Já se sabe quem eram “Todo Feio”, “Caju” e “Las Vegas”. Agora, resta descobrir quem são “Encostado”, “Duvidoso”, “Casa de Doido” e muitos outros. Os três últimos nomes constam em planilhas de pagamentos da Odebrecht apreendidas pela Operação Lava Jato neste ano. Essas tabelas mostram pagamentos para dezenas pessoas identificadas apenas por apelidos, em somas milionárias. As planilhas estavam com a secretária Maria Lúcia Tavares, primeira funcionária da construtora a colaborar, ainda no começo do ano. Ela atuava junto ao departamento de operações estruturadas da Odebrecht, considerado por investigadores como “um setor de propinas”. No último fim de semana, com a divulgação de detalhes dos depoimentos do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, foi revelado que, segundo o novo delator, Todo Feio era o ex-deputado paraibano Inaldo Leitão; Caju, senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Las Vegas, o ex-assessor de Dilma Rousseff Anderson Dornelles. Todos negam ter recebido dinheiro. A delação dele e dos outros ex-dirigentes da empreiteira ainda precisa ser homologada pelo Supremo. A lista apreendida revela uma predileção por denominações de características físicas (há nomes como “Grisalhão”, “Baixinho”, “Comprido”), relativas a animais (“Abelha”, “Faisão”) e até referências futebolísticas (há o “Flamenguista” e o “Timão”). Em alguns casos, associam o nome a obras da empreiteira. Ao lado de “Bobão”, por exemplo, e da anotação de um repasse de R$ 150 mil, consta o nome “Canal do Sertão – lote 4”. Também há duas menções a aparentes pagamentos em países vizinhos. O codinome “Duvidoso” está ao lado de “Dutos Argentina”, em US$ 100 mil, e “Taça” faz referência ao Peru. A maioria das planilhas envolve repasses no período da campanha eleitoral de 2014. Há uma série de valores para “Mineirinho”, o que, suspeitam investigadores, é uma referência à campanha à Presidência de Aécio Neves (PSDB) naquele ano. Por meio de sua assessoria, o tucano disse desconhecer as planilhas mencionadas e que as doações à campanha ocorreram dentro da lei. TROCADILHOS Os operadores também levavam codinomes. Adir Assad era o “Kibe” e o chinês Wu-Yu Sheng seria o dono do apelido “Dragão”. Havia vários trocadilhos, como “Ovo”, para se referir ao governador catarinense Raimundo Colombo (PSD), e “Eva” para um deputado estadual do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde (PT). Os políticos citados vêm negando ter recebido dinheiro de maneira ilegal. A Odebrecht não se manifesta a respeito das delações.

Fonte: Folha

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