17 DE DEZEMBRO: DATA EM QUE SE CELEBRA O DIA DE SÃO LÁZARO

Conhecidíssimo é o nome deste Santo, de quem os santos Evangelhos    
  relatam coisas extraordinárias, das quais a mais estupenda é      ele 
ter sido ressuscitado, por Nosso Senhor Jesus Cristo, quatro dias depois
      da sua morte. Lázaro, natural de Betânia, era irmão de      Marta e
 Maria. 
Há quem pretenda identificar esta Maria com Maria Madalena, ou aquela
      pecadora do que São Lucas (7, 36-50) conta o episódio havido      
na casa de Simão fariseu, e o nome da qual ele não diz. Em capítulo     
 10, 38-39 o mesmo Evangelista faz uma descrição minuciosa de      uma 
cena na casa de Lázaro, mas não faz menção      daquela pecadora 
desconhecida. Justamente de São Lucas deve-se supor,      que conheceu 
ambas. 
Marcos e Mateus também relatam a unção dos pés      de Jesus por uma 
mulher na casa de Lázaro sem declarar-lhe o nome.      São João, diz 
claramente porém, que foi Maria, Irmã      de Lázaro. A pecadora 
pública, que apareceu na casa de Simão,      parece, pois, ser pessoa 
bem diferente e nada ter com a família de      Lázaro. 
Maria Madalena também não pode ser, porque São Lucas,      depois de 
ter contado o fato havido com o fariseu, fala (em 8,2) em uma Maria     
 Madalena, da qual tinham saído 7 demônios. Maria Madalena parece      
ser pessoa diferente ainda. 
Lázaro era estimadíssimo na sociedade hebréia, devido      à nobre 
origem e às grandes propriedades que possuía      em Betânia. Não se 
sabe de quando datam as suas relações      mais íntimas com o divino 
Mestre. É provável que tenha      sido um dos primeiros discípulos. As 
expressões de que os Evangelistas      se servem, para caracterizar as 
relações de Lázaro com      Jesus Cristo, não deixam dúvida de que eram 
muito amigos. 
De outro modo não se compreenderiam as palavras de Nosso Senhor: 
“Lázaro,      nosso amigo, dorme” e das irmãs: “Senhor, aquele a quem   
   amais, está doente!” Jesus distinguia esta família com      sua 
amizade, visitava-a freqüentes vezes, e hospedava-se em sua casa.      
Os Santos Padres descobrem o motivo desta amizade, que não foi outro    
  senão o mesmo que ligava Jesus a São João Evangelista:      a vida 
santa e virginal.
 O mais extraordinário que aconteceu com Lázaro, foi sua morte      e
 ressurreição, em condições tão singulares.      São João Evangelista 
relata este fato, com todos os pormenores,      no Cap. 11 do seu 
Evangelho. Eis a narração evangélica:      “Lázaro, irmão de Maria e Marta, caiu doente em Betânia.      As duas irmãs mandaram dizer a Jesus: “Senhor,      aquele a quem amais está doente”. Jesus disse:
      “Esta doença não é de morte, mas para glória      de Deus: pois 
que o Filho será glorificado por ela”. E ficou      ainda dois dias lá, 
isto é, na margem do outro lado do Jordão.    
Foi só então, que disse aos discípulos: “Lázaro,      nosso amigo, 
dorme, vou despertá-lo do sono”. Os discípulos      disseram-lhe: 
“Senhor, se dorme, está bem”. Jesus, porém,      falava da morte e 
disse-lhes então claramente: “Lázaro      morreu e eu me alegro por 
vossa causa de não estar presente, a fim      de que acrediteis. Vamos 
vê-lo!”
 Quando Jesus chegou, Lázaro estava sepultado, havia quatro dias.    
  Logo que Marta soube da vinda de Jesus, foi-lhe ao encontro e 
disse-lhe: “Senhor,      se tivésseis estado aqui, meu irmão não teria 
morrido.      No entanto, sei que tudo que quiserdes pedir a Deus, ele 
vô-lo concederá”.      Jesus disse-lhe: “Teu irmão ressuscitará”. 
Maria respondeu: “Sim, sei que ressuscitará na ressurreição      do 
último dia”. Jesus disse-lhe: “Eu sou a ressurreição      e a vida; quem
 crê em mim, ainda mesmo morto, viverá: e quem      vive e crê em mim, 
não morrerá jamais. Crês isso?”      Ela respondeu: “Sim, Senhor, creio 
que sois o Cristo, o Filho de Deus      vivo, que viestes a este mundo”.
 
Dizendo estas palavras, Marta entrou e disse a Maria, sua irmã: “O   
   Mestre está cá e chama-te”. Maria levantou-se e pressurosa      foi 
ao encontro de Jesus. Os Judeus, que, com ela estavam em casa, disseram:
      “Ela vai ao sepulcro para chorar”. Chegado perto de Jesus, 
prostrou-se-lhe      aos pés e disse-lhe: “Senhor, se tivésseis estado 
aqui,      meu irmão não teria morrido”. 
Quando Jesus lhe viu o pranto e o dos Judeus que a acompanhavam, 
perguntou:      “Onde o sepultastes?” Disseram-lhe: “Vinde e vede”.     
 E Jesus chorou. Então os Judeus disseram: “Vede, como o amava!”      
Jesus chegou em face do túmulo: era uma gruta e uma pedra tapava a      
abertura. Jesus disse-lhes: “Tirai a pedra”. Marta, a irmã      do 
morto, disse-lhe: Senhor, já exala mau cheiro; pois já lá      se vão 
quatro dias, que está aí”. Jesus disse-lhe:      “Não te disse já, que 
se creres, verás a glória      de Deus?” Tiraram a pedra. Jesus levantou
 os olhos ao céu e disse:      “Pai, dou-vos graças por me terdes 
escutado. 
Quanto a mim, sabia, que me ouves sempre; mas digo-o por causa da 
multidão      que me cerca, a fim de que creia que sois vós, que me 
haveis enviado”.      Depois de ter assim falado, bradou com voz forte: 
“Lázaro sai      para fora” No mesmo instante o morto saiu, pés e mãos  
    atadas com faixas estreitas, o rosto coberto de um sudário. Jesus 
disse-lhes:      “Desatai-o e deixai-o andar.”
 Temor e admiração apoderaram-se dos assistentes e muitos creram     
 em Jesus. A notícia deste milagre estupendo correu de boca em boca     
 e formou duas correntes entre os Judeus: de uns, que francamente 
reconheceram      a divindade de Jesus Cristo, e de outros, 
principalmente dos fariseus e escribas,      que ainda mais se encheram 
de ódio contra aquele, cuja morte já      tinham decretado, ódio igual 
votaram a Lázaro.
 Tendo levado a efeito o plano tenebroso contra a vida do grande 
Mestre,      trataram também de livrar-se do amigo do mesmo, cuja 
presença      os incomodava, e por ser uma testemunha irrefutável do 
poder onipotente      de Jesus Cristo. Faltava-lhes a coragem de 
condená-lo à morte,      porque Lázaro era estimadíssimo e de grande 
influência      no meio social de Jerusalém. 
Ocasião propícia ofereceu-se para afastá-lo da Judéia,      quando, 
depois da morte de Santo Estevão, uma perseguição      obrigou os 
cristãos a saírem da Palestina, assim diz a lenda.      Do resto da vida
 de Lázaro nada se sabe. 
Ter ele saído da Palestina e chegado a Marseille, onde teria como    
  Bispo, pregado o Evangelho, é lenda que apareceu nos séculos      11 e
 12, e que confunde Lázaro de Betânia com um personagem do      mesmo 
nome e Bispo de Aix; ou com Nazário, Bispo de Autun. Mais fidedignos    
  são os testemunhos orientais, que falam do túmulo de Lázaro      
existente em Cition, na ilha de Chipre.
![]()  | 
| Túmulo de Lázaro, em Betânia | 
Fonte: www.filhosdapaixao.org.br

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