Farc pede perdão por massacre que matou 35 em La Chinita, na Colômbia
Entre
lágrimas e abraços, membros das Farc se desculparam nesta sexta-feira
da população de La Chinita, um bairro pobre de Apartadó, no noroeste da
Colômbia, 22 anos após o massacre que deixou 35 mortos.
Após
firmar o acordo de paz – na segunda-feira passada – com o governo de
Juan Manuel Santos, líderes das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) foram a La Chinita para reconhecer seu erro e pedir
perdão aos familiares e amigos das vítimas.
A jornada começou com
uma passeata pelas ruas de La Chinita, onde os familiares das vítimas se
vestiram de branco e trouxeram no peito os nomes dos mortos no
massacre.
Carregando flores brancas, o grupo recordou os mortos no
dia 23 de janeiro de 1994, quando uma festa para arrecadar fundos para
escolas se transformou em um massacre, com os guerrilheiros executando
as vítimas diante de seus familiares.
O chefe negociador de paz das Farc, Iván Márquez, abraçou e tentou confortar alguns familiares de vítimas.
“Viemos
a La Chinita 22 anos após aquele triste 23 de janeiro, com o coração
partido, para pedir perdão com humildade por toda a dor que causamos”,
disse Márquez em seu discurso.
“Jamais deveria ter ocorrido isto
naquela noite de alegria e festa popular. Jamais o comando das Farc
ordenou tal atrocidade, mas estamos aqui para responder”, disse Márquez,
que negociou a paz com o governo durante quase quatro anos.
Ciro
Abadía, presidente da Associação das Vítimas de Antioquia (Asovima),
declarou que La Chinita foi “um massacre anunciado”, pois ocorreu em uma
época em que as Farc perseguiam como “traidores” os membros do
desmobilizado Exército Popular de Libertação (EPL), que havia firmado a
paz em 1991.
O objetivo era “aniquilar o processo de paz” com o
EPL, mas “executaram apenas um ex-combatente, os demais eram pessoas
inocentes”.
Terra
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