Cassação de Cunha pode ser votada na 2ª semana de agosto, diz Rodrigo Maia
O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou
nesta terça-feira (19) que acredita ser possível votar o pedido de
cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na segunda semana de
agosto. Maia, no entanto, não quis confirmar uma data.
A principal
preocupação de Maia é garantir que a sessão que vai decidir sobre a
cassação tenha a presença de um grande número de deputados. O processo
contra Cunha já está pronto para ser votado no plenário, mas esta semana
a Câmara entrou no chamado “recesso branco”, tipo de férias informais
dos deputados que dura duas semanas, até o início de agosto.
“Na
primeira semana [de agosto] acho difícil, mas a partir da segunda é
possível”, afirmou Maia. “Só não quero dar data, porque se não tiver
quórum, vocês [a imprensa] vão ficar me cobrando que eu adiei a votação.
Vamos ter uma noção melhor na primeira semana de qual é o quórum para
se dar uma data objetiva desse assunto”, disse o presidente da Câmara.
Cunha
passou por processo no Conselho de Ética da Câmara acusado de ter
omitido a posse de contas secretas na Suíça que receberam dinheiro de
propina do esquema de corrupção na Petrobras. O deputado diz que ele não
possuía contas, mas trusts, um tipo de investimento para o qual não é
exigida a declaração à Receita Federal. Cunha também nega envolvimento
no petrolão e diz que vai provar sua inocência.
Encontro com Rosso
Maia
se reuniu na manhã desta terça-feira com o líder do PSD, Rogério Rosso
(DF), candidato derrotado por ele na disputa pela presidência da Câmara.
O deputado do DEM disse que o encontro teve o objetivo de mostrar que a
base do presidente interino, Michel Temer, está unida.
“O
objetivo é mostrar que nós estamos juntos, nós somos da mesma base e o
objetivo de todos os deputados, dos 513, é que a Casa volte a produzir.
Esse é o objetivo tanto da base como da oposição. Foi uma eleição
disputada, difícil, mas foi uma eleição na política, e temos condição de
estar dialogando”, disse Maia.
O líder do governo, André Moura
(PSC-SE), também participou do encontro, no qual foi discutida a agenda
de votações e o sistema de trabalho da Câmara na volta do recesso,
quando é esperado que muitos deputados já estejam dedicados às eleições
municipais, que serão realizadas em outubro.
Segundo Maia, a
previsão é de que em agosto os deputados concentrem as votações na
segunda, terça e quarta-feira. Tradicionalmente, as votações na Câmara
são realizadas na terça, quarta e quinta-feira.
A mudança foi
pensada para que os deputados também possam se dedicar às disputas
municipais, nas quais diferentes parlamentares poderão ser candidato.
“O
importante é ficar claro que a gente não quer reduzir o número de dias,
o que a gente quer é garantir a produtividade”, afirmou Maia.
Na
volta do recesso, a Câmara deverá, segundo Maia, analisar cinco medidas
provisórias que trancam a pauta, impedindo novas votações e também votar
o projeto que trata do acordo de renegociação das dívidas dos Estados.
Também
está prevista, já na próxima semana, a instalação da comissão que vai
analisar o projeto de lei que muda as regras de exploração do pré-sal,
retirando da Petrobras a obrigatoriedade de ser a operadora de todos os
blocos de exploração licitados. A lei atual obriga a empresa que vencer
os leilões a constituir uma sociedade com a Petrobras para a exploração
dos campos de petróleo do pré-sal.
Na noite desta terça-feira,
Maia se reúne com o presidente interino, Michel Temer, e com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eles devem conversar
sobre a pauta de votações do Congresso Nacional, em jantar no Palácio do
Jaburu, residência oficial do vice-presidente Temer.
bol.uol.com
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