Postado por Gilvan Freire em 05/07/14 as 12:34
O FEITIÇO CAIU NOS FEITICEIROS
Qualquer que seja o modelo de aliança que o PMDB faça
com o PT, oficial forçada ou não, o resultado será o mesmo. Ou seja: o
PT vai votar com Ricardo Coutinho. Isto já era previsto, desde meses
atrás quando os petistas criaram as maiores dificuldades à candidatura
de Veneziano, a ponto de terem destroçado o projeto, o único com viés
historicamente oposicionista no Estado, pois era destinado ao combate a
Cássio e RC ao mesmo tempo. O que estava por traz dessa fritura
persistente era a ambição desmedida e frenética de Luciano Cartaxo em
fazer seu irmão Lucélio o candidato a Senador na chapa de Cássio (foi
oferecido), ou com Ricardo Coutinho (foi pactuado), numa frivolidade sem
antecedentes na história política recente na Paraíba.
Outro fato é a postura rotineira do PT de se dividir entre dois
candidatos a governador, mesmo quando lança candidatura própria, para
não perder por completo a chance de entrar, por partes, no governo. São
mais de 20 anos nesse jogo, uma banda combatendo a outra, até que Luiz
Couto conseguiu levar tudo para o colo de RC, tirando Lucélio da disputa
de deputado federal para salvar a sua própria pele, num dos cultos à
vaidade mais perfeitos ocorridos como trama nos últimos tempos. Com o
ego inflado pela lisonja de ter o irmão candidato a Senador, Luciano
Cartaxo caiu de pato e se entendeu com os dois, Couto e RC, o primeiro a
quem odiava e estava eliminando calculadamente, e o outro a quem teve
de combater para se eleger prefeito em 2012, abrigado no exército
girassol dissidente comandado por Luciano Agra, o pai de sua vitória, em
quem já deu com os pés impiedosamente, friamente.
Enfim, essas instabilidades e vacilações são agora decorrentes da
ascensão de Luciano Cartaxo a um cargo importante que o PT nunca teve e
que está deixando seu grupo em lastimável estado de euforia
descontrolada, sem medir as conseqüências e responsabilidades de seus
atos políticos, como não tem medido seus atos administrativos
comprometendo todo o futuro do PT. Na prática, o PT traiu o PMDB
aliando-se a Ricardo quando Lucélio ainda estava na chapa peemedebista,
traiu Dilma votando no governador que tem outro candidato à presidência,
enquanto o palanque armado exclusivamente para Dilma no Estado é do
PMDB, traído pelo PT que deveria ser do projeto de Dilma mas é do
projeto dos irmãos Luciano e Lucélio. Também se sabe agora, pelas
confidências reveladas por alguns líderes petistas, que RC estava
traindo Eduardo Campos. Aliás, não é a primeira vez que RC trai aliados e
amigos e, possivelmente, essa síndrome deprimente ele adquiriu desde os
tempos em que militava no PT. Mas, a bem verdade, traídos estão mesmo
os eleitores, que certamente não aprovam essas condutas vexaminosas.
VITALZINHO: A VOLTA POR CIMA
O PT está sendo pego de calças curtas e com as mãos estendidas à
palmatória da madre superiora. É um castigo público desmoralizante,
acachapante, que expõe suas traquinagens e estripulias na escola
primária onde estudam seus novos líderes, de fora apenas o deputado Frei
Anastácio e os militantes de sua turma sindical. Mas esses episódios
serviram para projetar na Paraíba o Senador Vital do Rego como o maior
representante de Dilma no Estado, encarregado de montar o palanque onde
ela se hospedará nestas eleições. Pouquíssimas vezes se viu na Paraíba
um líder jovem demonstrar tanto prestígio na República, o que passa a
ser sua primeira vitória no pleito de 2014. E contar com a lealdade dos
petistas isso é dispensável, pois nem Vital nem Veneziano iam contar com
tão alto gesto antes. O PT e Ricardo se merecem. São também irmãos
gêmeos.
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