Mundo celebra nesta sexta-feira o Dia Internacional de Nelson Mandela
Líder sul-africano, que morreu ano passado, faria 96 anos anos de idade hoje
As Nações Unidas determinaram a
comemoração do Dia de Nelson Mandela em 2010. A efeméride desta
sexta-feira coincide com a data de aniversário do Prémio Nobel da Paz.
O estadista empenhado na luta pelos Direitos Humanos e contra o regime
do apartheid na África do Sul. Nelson Mandela nasceu a 18 de julho de
1918. Morreu em dezembro do ano passado.
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de Julho de 1918 na cidade de
Transkei, é filho de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny. Coordenou, em
1961, uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e
viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em Agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à
polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por
viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.
Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela
admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do
Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo
associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela"
se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 70, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não
aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta
armada.
Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do
ANC e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11
de Fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de
Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.
No mesmo ano se candidatou a presidente da África do Sul e foi eleito, exercendo o cargo de 1994 a 1999.
Como presidente do ANC (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro
presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999),
Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o
apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da
reconciliação interna e externa.
Após o fim do mandato de presidente, Mandela recebeu muitas distinções
no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª, a
medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a
distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Nelson Mandela recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias à cooperação
internacional (1992), Ordem ao mérito do Reino Unido (1995), Prémio
Lenin da Paz (1962), Prémio Internacional Simón Bolívar (1983) e Prémio
Nacional da Paz (1995)
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos, atacando a política externa
do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu
apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" -
seu número na época em que esteve na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública.
Morte
No dia 5 de Dezembro de 2013 o presidente sul-africano Jacob Zuma
anunciou a morte do seu antecessor: "A nação perde seu maior líder",
completando: "Ainda que soubéssemos que esse dia iria chegar, nada pode
diminuir nosso sentimento de perda profunda"; declarando luto nacional e
anunciando que o funeral deve ocorrer na capital, Joanesburgo, no
sábado - dia 7 de Dezembro, com as honras de Estado.
No anúncio presidencial, feito pela televisão, Zuma acentuou o papel de
Mandela para seu país: "Ele está agora a descansar. Ele está agora em
paz. A nossa nação perdeu o seu maior filho. O nosso povo perdeu um
pai".
Na página oficial de Mandela, na rede social Facebook, foi colocada uma
mensagem sua, de 1996, em várias línguas - inclusive o português,
dizendo: "A morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera seu
dever para com seu povo e seu país, pode descansar em paz. Acredito ter
feito esse esforço, e é por isso, então, que dormirei pela eternidade."
Como seu epitáfio, Mandela havia um dia declarado que gostaria de ter
escrito somente: "Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra".
Funeral
Após o anúncio da morte do líder, uma multidão se aglomerou diante da
porta de sua casa em Joanesburgo, bem como diante de sua antiga
residência em Soweto. Já no dia 6 os bancos do país fecharam suas portas
em sinal de luto, e o arcebispo emérito Desmond Tutu o homenageava em
cerimônia religiosa.
De acordo com as tradições Xhosa, um membro masculino deve permanecer ao
lado do corpo durante o funeral; este papel coube ao neto mais velho,
Mandla Mandela.
A cerimônia religiosa foi efetuada no antigo Soccer City, celebrada no dia 10 de Dezembro de 2013.
Com Agência Angola Press
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