quinta-feira, 17 de julho de 2014

Microsoft cortará 18 mil funcionários na maior demissão de sua história

A Microsoft anunciou nesta quinta-feira (17) que vai demitir 18 mil funcionários até julho de 2015, no maior corte dessa empresa de 39 anos – cerca de 13 mil pessoas serão desligadas nos próximos seis meses. A reestruturação, afirma a "Bloomberg", representa 14% da mão de obra da companhia.
Procurada no Brasil, a empresa não divulga informações regionais, reforçando apenas tratar-se de um plano de reestruturação global. 
Cerca de 12,5 mil das pessoas a serem demitidas estão ligadas à Nokia, e seus cargos deixaram de fazer sentido depois que a Microsoft comprou a empresa finlandesa, em abril. Segundo o "Wall Street Journal", o cenário de cortes já era previsto, pois a aquisição fez o quadro de funcionários da Microsoft subir de 99 mil para 120 mil pessoas.
O anúncio das demissões foi feito em um e-mail que o diretor-executivo Satya Nadella enviou para os funcionários. Engenheiro elétrico nascido na Índia, ele trabalha na Microsoft desde 1992 e assumiu a liderança em fevereiro, ocupando um cargo que já foi de Bill Gates e Steve Ballmer. 
"Minha promessa é que passaremos por este processo da forma mais cuidadosa e transparente possível. Ofereceremos indenizações para todos os funcionários impactados pelas mudanças [...] e todos podem esperar ser tratados com o respeito que merecem, por sua contribuição com a companhia", escreveu. 
Mudanças
No texto, Nadella anuncia mudanças na estrutura da companhia, que serão detalhadas pelos líderes das equipes. "Vamos simplificar a forma como trabalhamos para [...] ficarmos mais ágeis e nos mexermos mais rápido. Como parte a modernização de nossos processos de engenharia, nossas expectativas vão mudar. Planejamos ter menos camadas de gerenciamento [...] para acelerar o fluxo de informações e a tomada de decisões." 

Ainda segundo ele, os processos ficarão mais enxutos e vão valorizar a confiança entre as equipes. "O resultado geral dessas mudanças serão times mais produtivos e de maior impacto na Microsoft", resumiu. Outro destaque da reestruturação vai para a integração dos funcionários da Nokia na Microsoft.

"Tomar a decisão de mudar é difícil, mas necessário", concluiu o CEO, que no e-mail convida os funcionários a participarem de uma sessão de perguntas e respostas a ser realizada na sexta-feira (18). "Espero que você se junte a nós e que faça qualquer pergunta que vier à sua cabeça."

Mercado reage bem a anúncio
O tamanho dos cortes foi bem visto pelos investidores de Wall Street, que enxergavam uma Microsoft inchada sob o comando do diretor-executivo anterior, Steve Ballmer.

"É cerca do dobro do que o mercado estava esperando", disse o analista Daniel Ives, da FBR Capital Markets. "Nadella está limpando o convés para o novo ano fiscal. Ele está limpando parte da bagunça que Ballmer deixou."

As ações da Microsoft saltaram de 3%, para US$ 45,40, nas negociações pré-mercado, atingindo seu nível mais alto desde o boom das ações de tecnologia de 2000.

O movimento foi concebido para ajudar a Microsoft na mudança de uma empresa focada principalmente em software para uma que vende serviços online, aplicativos e dispositivos para tornar as pessoas e as empresas mais produtivas. Nadella precisa fazer da Microsoft uma concorrente mais forte para o Google e a Apple, que têm dominado a nova era da computação centrada em mobilidade. 

(Com Reuters)
Fonte: UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário