quinta-feira, 20 de março de 2014

Separação política

Por Gilvan Freire

Cássio não precisará polemizar com Ricardo Coutinho sobre as razões que o levaram a se afastar dele e de seu governo. A única parte polêmica dessa separação é somente por ele não ter se separado antes, pois muita gente ainda não compreende porque Cássio demorou-se tanto dentro da administração, através de seus apadrinhados. Também não há boa compreensão ao fato de Cássio, seu irmão Ronaldinho e seus liderados mais importantes terem se esbanjado em elogios a RC, durante os dois primeiros anos de gestão. Bem que foram advertidos todos de que isso era um grave erro político, pois mais tarde, quando houvesse o rompimento (que sempre pareceu inevitável), RC iria “rodar a fita” e se fazer de vítima.
Basta que Cássio pergunte, em forma de resposta, quando for inquirido sobre a ruptura, o seguinte: por que todos os velhos e leais amigos de RC, aqueles que mais prestaram colaborações a ele e a seu projeto, se afastaram dele? Por que os ex-aliados de RC têm pavor, ojeriza e ódio mortal a ele?
DE QUALQUER FORMA, ESSE NÃO DEVE SER O MELHOR TEMA DA CAMPANHA porque, ao que se sente, os eleitores querem travar o debate sobre outras questões do Estado, as mais diretamente relacionadas às condições de vida da população.
Possivelmente, RC vai tentar politizar a ruptura para se fazer de vítima inocente do abandono por parte daqueles a quem teria ajudado muito e dado emprego, tanto para sensibilizar o anticassismo, que está mais próximo de Veneziano, quanto para desviar as atenções do foco da crise de administração pública que seu governo medíocre criou em mais de três anos de desatinos. No máximo, Cássio deve deixar as respostas às provocações aos seus inúmeros aliados históricos, especialmente aqueles que elegeram RC a seu pedido e foram escanteados por ele. Mas também não pode desprezar a colaboração das figuras antes ligadas umbilicalmente a Ricardo que, ou abandonaram o barco quando ele chegou ao topo, ou foram fria e calculadamente atraiçoados por ele, muitos de forma desmoralizante e maquiavélica (o último foi o secretário Lúcio Flávio, exonerado por meio de mensagem de celular). Ô homem anormal!
É POR ESSA E OUTRAS RAZÕES QUE A PRESENÇA DE LUCIANO AGRA NA CHAPA DE CÁSSIO TEM MUITO SIGNIFICADO, não bastasse o fato de que Agra tem importância estratégica geopolítica, pois coloca João Pessoa na campanha, o maior colégio eleitoral da Paraíba e cidade fortaleza que Agra usou com sucesso para impor uma derrota vexatória a RC em 2012. O caminho está aberto, só não ver quem for menos vidente e mais cego.
Veja, nesta quarta-feira, o que passa pela cabeça de RC, se sua campanha não decolar ou se ele for muito acuado por todos seus inimigos, conforme está previsto. Como age uma fera encurralada? Pois bem, RC já está montando o arsenal de guerra química a ser financiada pelo dinheiro público contra os que considera inimigos principais. Ele não pensa em morrer sozinho, enquanto estiver com as chaves do Cofre a tiracolo. Podem ocorrer até tragédias. Anotem.

Este artigo integrará o futuro livro:
‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’
E-mail: gilvanfreireadv@hotmail.com

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