SÃO
PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No inverno e com o tempo seco é comum o
aumento de episódios de doenças respiratórias, como gripe, resfriado,
sinusite e rinite.
Alguns
sintomas, como a dor de garganta, podem estar presentes em todas essas
doenças, assim como nos quadros de infecção pelo coronavírus.
A dor de garganta se dá pelo acometimento da mucosa e pelo fato de a secreção do nariz pingar na faringe.
Em
tempos de Covid-19, é comum que os pacientes procurem um médico ao
menor sintoma de doença respiratória, até mesmo quando se trata de um
simples resfriado.
"O que a Covid-19 tem muito mais frequente do
que qualquer virose é que acomete o pulmão e leva a insuficiência
respiratória grave com maior frequência", explica Luís Fernando Camargo,
professor da Faculdade Israelita de Ciência da Saúde Albert Einstein e
infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
"Vemos
coisas que não são observadas nas outras doenças, como os eventos de
trombose, lesão da via aérea com pneumotórax, embolia de pulmão,
sintomas neurológicos e sequelas de longo prazo. A Covid-19 é uma virose
respiratória como qualquer outra, mas a falta de imunidade leva a casos
mais graves. As taxas de mortalidade e de complicação são bem maiores",
completa.
A Folha de S.Paulo explica a diferença entre a Covid-19, gripe, o resfriado, a sinusite e a rinite.
GRIPE
É
uma infecção causada pelo vírus influenza. Acomete a via respiratória
- nariz, seio da face, traqueia e pulmão - em uma intensidade muito maior
do que um resfriado. Sintomas: coriza, espirros, dor de garganta, dor de
cabeça, tosse e febre alta. Se não forem tratados, os quadros gripais
podem evoluir para infecção bacteriana e pneumonia. Oseltamivir,
comercializado sob a marca Tamiflu, é um antiviral usado no tratamento
de gripe por influenza; o medicamento é distribuído nos postos de saúde a
pacientes com prescrição médica
RESFRIADO
Infecção
viral no nariz e na garganta, mas sem gravidade também é causado por
vírus; mais comum pelo rinovírus. Sintomas: coriza, espirros, dor de
garganta, tosse, febre baixa e um pouco de cansaço Não há medicação
específica e geralmente melhora em poucos dias; contra a congestão
nasal, o ideal é usar soro fisiológico ou Rinossoro. Camargo alerta para o
cuidado com a automedicação: "Os remédios que secam o nariz e trazem a
sensação de melhora, por exemplo, podem causar eventos adversos
indesejáveis, como o aumento da pressão arterial e de infecção
bacteriana por acumular secreção nos seios da face"
SINUSITE
Qualquer
infecção que afeta o seio da face Causada por vírus que causam o
resfriado comum e eventualmente o da gripe Sintomas: coriza, dor de
garganta, febre, tosse, dor de cabeça e na maçã do rosto, mal-estar,
cansaço, redução do olfato "Quase todas as sinusites são virais e muitas
vezes as pessoas tomam antibióticos desnecessariamente. O uso de
antibióticos é indicado se houver como complicação uma sinusite
bacteriana", alerta Camargo
RINITE
Acomete
a mucosa do nariz. Sintomas: coriza, espirros, sangramento nasal,
sensação de catarro, prurido no ouvido, dor de garganta e facial,
alteração no paladar, febre baixa e irritação nos olhos quando de fundo
alérgico. Geralmente, as crises não trazem complicações. Lavagem nasal,
indicada para os casos acima.
Na falta do soro fisiológico 0,9%,
prepare um soro caseiro: 1 litro de água fervida ou filtrada, acrescida
de duas colheres (chá) de sal e 1 colher (chá) de bicarbonato; coloque a
solução em uma seringa com capacidade para 20 ml e aplique
COVID-19
Infecção
respiratória aguda causada pelo Sars-CoV-2, da família dos coronavírus,
que pode levar à morte Sintomas: tosse seca, febre, dor no corpo,
indisposição, perda de olfato e paladar, diarreia e dor de cabeça e nas
costas; no caso da variante delta, há sintomas parecidos com os de um
resfriado, o que inclui coriza e espirros com mais frequência A infecção
pelo coronavírus pode ser evitada com distanciamento físico, uso de
álcool em gel e preferência por locais com ventilação natural, além da
vacinação Para influenza e coronavírus, há vacina É importante que a
população se vacine contra a gripe e contra a Covid-19. As duas vacinas
são ofertadas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização).
A vacina
contra o vírus influenza reduz o risco de complicações respiratórias e
de pneumonia. São necessárias duas semanas para que o imunizante comece a
fazer efeito.
A ação acontece sempre no outono para oferecer proteção no inverno, quando ocorre maior circulação do vírus.
Como
os vírus da gripe têm diferentes mutações e variantes, é necessário o
desenvolvimento a cada ano de novas vacinas específicas para a cepa em
circulação.
A vacinação contra o coronavírus teve início em 2021.
Alguns especialistas acreditam que, como se trata de um vírus respiratório, a imunização deverá passar a ocorrer anualmente.
O
estado de São Paulo superou nesta quinta-feira (29) a marca de mais de
10 milhões de pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19,
composto por duas doses no caso dos imunizantes do Butantan/Coronavac,
Fiocruz/Astrazeneca/Oxford e da Pfizer, ou por dose única da Janssen.
São
9 milhões de vacinados com a segunda dose e 1 milhão com a dose única. O
balanço também aponta mais de 26 milhões de aplicações de primeira
dose.
Os dados indicam que 76,9% da população adulta residente no estado já recebeu ao menos uma dose da vacina.
Como as duas campanhas de
vacinação -contra a gripe e a Covid-19- coincidem, a orientação é
priorizar a vacina contra a Covid-19 e respeitar o intervalo mínimo de
14 dias entre quaisquer das doses das duas vacinas.
Notícias ao Minuto