Vereador do PT tem mandato cassado por fraude à cota de gênero em Cuité; confira

O vereador Higor Lins da Costa (PT), eleito em 2024 e único representante da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) na Câmara Municipal de Cuité, no Curimataú paraibano, teve o diploma e o mandato cassados por decisão da 24ª Zona Eleitoral. A sentença, proferida no último domingo (06), considerou procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que comprovou a prática de fraude à cota de gênero e abuso de poder.

A ação foi movida por Drielle Ryane Oliveira Silva, candidata a vereadora pelo PDT, que denunciou o registro fictício da candidatura de Maria das Graças Taveira de Macena, conhecida como “Graça do Assentamento”, para cumprir o percentual mínimo de 30% de mulheres exigido pela Lei nº 9.504/97.

Segundo o juiz eleitoral responsável pelo caso, a inclusão de Maria das Graças foi determinante para validar o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) da Federação. Sem ela, a chapa não alcançaria o percentual mínimo exigido, o que resultaria no indeferimento do registro. O magistrado concluiu que a fraude ocorreu “desde a formação ardilosa da chapa”.

Critérios que comprovaram a fraude

De acordo com a decisão, o magistrado aplicou os parâmetros da Súmula nº 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para comprovar a irregularidade:

  • Votação inexpressiva: Maria das Graças obteve apenas cinco votos, número considerado incompatível com sua atuação social e base eleitoral.
  • Prestação de contas fictícia: A candidata declarou despesas de R$ 3 mil pagas ao próprio companheiro pela “coordenação de campanha”. Em depoimento, ela admitiu que o valor foi usado para “ajudar em casa”, configurando desvio de recursos do Fundo Eleitoral (FEFC).
  • Promoção de outro candidato: O perfil da candidata foi usado para compartilhar publicações em apoio a outro concorrente, o que, segundo o juiz, elimina qualquer dúvida sobre a intenção fraudulenta da candidatura.