segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Canudo que detecta metanol em bebidas é destaque na CNN Brasil

Dispositivo elaborado pela Universidade Federal da Paraíba (UEPB) muda de cor na hora com reação química para identificar substância tóxica

Dispositivo elaborado pela UEPB muda de cor na hora com reação química para identificar substância tóxica - Foto: Perícia em bebidas com suspeita de metanol • Cedidas/Governo de SP

Uma inovação científica desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) ganhou repercussão nacional nesta semana após matéria exibida pela CNN Brasil, que destacou a criação de um canudo capaz de detectar metanol em bebidas alcoólicas. O dispositivo, ainda em fase de protótipo, pode representar um avanço importante na prevenção de intoxicações graves e mortes causadas por bebidas adulteradas no país.

O projeto é liderado pelo professor Germano Vera, do Departamento de Química da UEPB, que possui graduação, mestrado e doutorado em Química Analítica pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em entrevista à CNN, Germano explicou que o canudo funciona a partir de uma reação química simples: ao ser mergulhado na bebida, a substância impregnada em seu interior reage com o metanol — se presente — e muda de cor imediatamente.

“Imagina um canudo comum, que você impregna nas paredes uma substância reagente. Quando ele entra em contato com o líquido, é possível ocorrer reações químicas e mudanças de cor visíveis. Isso permite a identificação do metanol de forma rápida e prática”, explicou o professor.

O objetivo central da pesquisa é combater um problema de saúde pública: a ingestão acidental (ou criminosa) de metanol em bebidas adulteradas. Casos recentes de contaminação no Brasil, especialmente no estado do Pará, deixaram pelo menos cinco mortos e 24 casos confirmados de intoxicação, segundo dados do Ministério da Saúde, também citados pela CNN.

Simples, acessível e com potencial de uso em larga escala

Por ser produzido com materiais de baixo custo e de fácil obtenção, o canudo tem potencial para ser utilizado por órgãos de fiscalização, estabelecimentos comerciais e até pelo próprio consumidor, o que o torna uma ferramenta promissora tanto para o setor público quanto para o uso cotidiano. A tecnologia, segundo os pesquisadores, ainda está sendo aprimorada, e mais testes serão realizados antes de sua liberação para uso comercial.

Apesar de, neste momento, o foco estar na detecção de metanol, o professor Germano Vera afirma que o mesmo princípio pode ser adaptado para identificar outros tipos de substâncias tóxicas ou adulterantes em bebidas.

“A nossa demanda agora é para resolver um problema urgente de saúde pública, que é a identificação do metanol. Mas é possível, sim, adaptar o dispositivo para detectar outras substâncias perigosas no futuro”, explicou.

Reconhecimento nacional e importância para a ciência pública

A repercussão da pesquisa na CNN Brasil ressalta o papel fundamental das universidades públicas na produção de ciência aplicada e no enfrentamento de problemas concretos da sociedade brasileira. A inovação desenvolvida na UEPB mostra como projetos regionais, quando bem conduzidos, podem ganhar espaço no debate nacional e contribuir diretamente com políticas públicas de saúde e segurança alimentar.

A equipe da UEPB segue em testes e negociações com possíveis parceiros institucionais, incluindo secretarias de saúde e agências de fiscalização. Com o avanço do projeto, a expectativa é de que o canudo detector de metanol esteja disponível para uso em larga escala nos próximos meses.

Clique AQUI e confira a matéria na íntegra

PB Agora com CNN

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