terça-feira, 19 de agosto de 2025

Presidente venezuelano entra na mira de Trump

Estados Unidos afirmam usar ‘todo seu poder’ contra Venezuela em meio a relatos de envio de navios para o país


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - (Federico PARRA, KAMIL KRZACZYNSKI/AFP)

WASHINGTON — Os Estados Unidos afirmam estarem preparados para utilizar “todo o poder” americano contra a Venezuela como parte dos esforços do presidente Donald Trump para combater as ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos. A declaração da Casa Branca ocorre após relatos de que três contratorpedeiros de mísseis guiados dos EUA foram enviados para águas venezuelanas.

De acordo com informações do veículo Notus, um repórter perguntou à secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, nesta terça-feira, 19, se o governo estava “analisando possíveis tropas americanas em solo venezuelano”.

Karoline Leavitt respondeu: “Com relação à Venezuela, o presidente Trump tem sido muito claro e consistente. Ele está preparado para usar todo poder americano para impedir que as drogas inundem nosso país e para levar os responsáveis à justiça”. Ela também reiterou a posição do governo dos EUA de que Maduro “não é um presidente legítimo”.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, fala com repórteres na Sala de Imprensa James Brady, na Casa Branca, terça-feira, 19 de agosto de 2025, em Washington - Foto: Evan Vucci/AP

Segundo um funcionário, que não estava autorizado a comentar e conversou com a Associated Press (AP) nesta terça-feira, 19, sob condição de anonimato o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson foram enviados para águas da Venezuela e deveriam chegar em breve ao local.

Uma fonte do Departamento de Defesa dos EUA confirmou que os recursos militares foram designados para a região em apoio aos esforços de combate às drogas. A autoridade, que não estava autorizada a comentar sobre o planejamento militar, disse que as embarcações seriam enviadas “ao longo de vários meses”.

Vista do contratorpedeiro U.S.S. Gravely (DDG 107), 13 de fevereiro de 2024 - Foto: AP Photo/Bernat Armangue

A implementação de contratorpedeiros e pessoal dos EUA ocorre no momento em que Trump pressiona pelo uso das Forças Armadas dos EUA para impedir os cartéis que ele culpa pelo fluxo de fentanil e outras drogas ilícitas nas comunidades americanas e pela perpetuação da violência em algumas cidades dos EUA.

Em fevereiro, Trump designou o Tren de Aragua da Venezuela, o MS-13 em El Salvador e seis grupos baseados no México como organizações terroristas estrangeiras. O governo republicano também intensificou a fiscalização da imigração contra supostos membros de gangues.

A designação é normalmente reservada para grupos como a al-Qaeda ou o Estado Islâmico, que usam a violência para fins políticos — não para redes criminosas focadas em dinheiro, como os cartéis latino-americanos.

Mas o governo Trump argumenta que as conexões internacionais e as operações dos grupos — incluindo tráfico de drogas, contrabando de migrantes e ações violentas para expandir seu território — justificam a designação.

O Ministério da Comunicação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Na segunda-feira, o ditador venezuelano Nicolás Maduro disse que os EUA aumentaram suas ameaças contra a Venezuela e anunciou que iria ordenar a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o país.

Composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais, a Milícia foi criada pelo ditador Hugo Chávez, morto em 2013, e tornou-se posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

“O império enlouqueceu e renovou suas ameaças à paz e à tranquilidade da Venezuela”, disse Maduro em um evento em Caracas, sem mencionar nenhuma ação específica.

No início deste mês, o governo Trump anunciou que dobraria para US$ 50 milhões a recompensa pela prisão de Maduro, acusando-o de ser um dos maiores narcotraficantes do mundo e de trabalhar com cartéis para inundar os EUA com cocaína misturada com fentanil.

Maduro foi indiciado em um tribunal federal de Nova York em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, junto com vários aliados próximos, sob acusações federais de narcoterrorismo e conspiração para importar cocaína. Na época, os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por sua prisão./AP 

Blog JURU EM DESTAQUE com MSN  - https://www.msn.com › pt-br › noticias › mundo › eua-a...

Nenhum comentário:

Postar um comentário