terça-feira, 3 de setembro de 2024

Saúde da Paraíba realiza procedimento cirúrgico inédito para aliviar sintomas do Parkinson

Primeira cirurgia para estimulação cerebral profunda (ECP) foi realizada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), em cooperação com o Hospital de Emergência

Foto: Divulgação/Secom-PB

A Saúde da Paraíba realizou mais um procedimento inédito na cidade de Campina Grande, desta vez para proporcionar mais qualidade de vida a um paciente que sofria com os sintomas da doença de Parkinson. Trata-se da cirurgia para estimulação cerebral profunda (ECP) – do inglês Deep Brain Stimulation (DBS), técnica de neuromodulação que ganhou espaço no manejo de diferentes condições clínicas.

O procedimento foi realizado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), em cooperação com o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, onde a Fundação gerencia o serviço de Hemodinâmica.

De acordo com o neurocirurgião responsável pelo procedimento, Andrew Batista, o DBS é uma técnica segura e eficaz, utilizada no tratamento da doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento, além de transtornos psiquiátricos refratários. “A cirurgia consiste no implante de finos eletrodos no interior do cérebro que são conectados, embaixo da pele, a um gerador [ou marca-passo], colocado na parte anterior do tórax; o objetivo é gerar estímulos diretamente em áreas cerebrais específicas, ajudando a reduzir sintomas motores como os tremores e a rigidez muscular observados na doença de Parkinson, uma vez que não haja controle adequado com o uso de medicações”, explicou Andrew.

O paciente que passou pelo procedimento tem 58 anos de idade, reside em Campina Grande e já convivia com os sintomas do Parkinson há cerca de oito anos. Segundo o neurocirurgião, a doença já comprometia significativamente a rotina do paciente. Conforme explicou o médico, após o DBS, a expectativa é de que ele tenha melhor controle do quadro motor e, assim, ganhe mais independência nas atividades diárias, o que é crucial para o bem-estar físico e emocional dos portadores de Parkinson.

O neurocirurgião responsável pela cirurgia acrescentou que durante o procedimento é possível observar a resposta clínica à estimulação do alvo onde o eletrodo é implantado. Ao longo do ato operatório, diferentes profissionais examinam o paciente, que permanece acordado e em contato com a equipe. “Contudo, logo após o implante dos eletrodos, o gerador permanece desligado, de maneira que os efeitos da estimulação serão melhor observados, em média, após quatro semanas da cirurgia, quando religamos o marca-passo”, disse Andrew.

Atualmente, segundo a coordenadora administrativa da Hemodinâmica de Campina Grande, Thaise Holanda, esse tipo de procedimento é realizado pelo SUS na Paraíba tendo como referência o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires. “Nós temos um grande marco porque conseguimos realizar, pela primeira vez, a cirurgia na cidade de Campina Grande, e inteiramente via SUS”, afirmou a gestora.

Para a diretora de Atenção à Saúde da Fundação, Ilara Nóbrega, a realização desta cirurgia reforça o papel da PB Saúde como uma instituição de referência no estado, destacando-se pela qualidade dos serviços oferecidos e pela constante busca por inovações no campo da saúde.

“A atuação da PB Saúde em Campina Grande continua a se expandir e a se especializar, proporcionando à população acesso a tratamentos que anteriormente eram realizados apenas em grandes centros urbanos. Ao oferecer essa tecnologia em Campina Grande, a Fundação não só eleva o padrão de atendimento na região, como também proporciona aos pacientes a oportunidade de receber cuidados especializados perto de suas comunidades, sem a necessidade de deslocamentos longos e desgastantes. Essa iniciativa é um passo crucial para a democratização da saúde”, relatou Ilara.

Hemodinâmica de Campina Grande

Com dois anos de funcionamento, o serviço de Hemodinâmica de Campina Grande realiza atendimento nas áreas de cardiologia intervencionista, neurorradiologia e endovascular. Nesse período, a unidade já registrou mais de 6,2 mil procedimentos. Para ter acesso ao serviço, os usuários precisam ser regulados, seja para atendimentos de urgência ou eletivos. Ou seja, o paciente precisa dar entrada em uma alguma unidade de saúde do seu município e a regulação realiza o contato para análise do perfil e o devido encaminhamento.

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