Segundo dados do Ministério da Saúde, foram 3.567 óbitos por Covid de 1º de janeiro até a semana epidemiológica 20, encerrada em 18 de maio, contra 2.899 pela arboviros
Foram 3.567 óbitos por Covid de 1º de janeiro até a semana epidemiológica 20, encerrada em 18 de maio, contra 2.899 pela arboviros. Os dados são da Plataforma Coronavírus do Ministério da Saúde e do informe semanal de arboviroses da pasta.
A maior quantidade de mortes por Covid aconteceu até as 12 primeiras semanas, quando a média foi de 217 mortes notificadas por semana pela doença. A partir da 13ª semana epidemiológica, que teve início no dia 24 de março, a média caiu para 119 mortes por semana.
"Na realidade, a Covid nunca deixou de matar. Então considero que não há uma alta, mas uma estabilidade nos últimos anos. Continua sendo uma doença que ainda atinge muitos brasileiros", diz a infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Rosana Richtmann.
A redução mais recente da circulação do Sars-CoV-2 gerou uma diminuição de casos e mortes nas últimas semanas, o que faz parte do ciclo do vírus, segundo Raquel Stucchi, infectologista e professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"Menos casos geram menos internações e, proporcionalmente, menos mortes. Mas a gente sabe que o vírus tem esse ritmo. No início do ano, a circulação estava intensa. Agora, diminuiu um pouco, depois volta. Os ciclos de maior circulação coincidem com [o surgimento de] novas variantes e ocorrem a cada 4 a 6 meses", afirma.
Para ela, a alta mortalidade tem relação com a falta de atualização da situação vacinal das pessoas. "Muitos desses óbitos se relacionam a idosos e crianças, e a parcela maior é a dos não vacinados ou com vacinação incompleta", acrescenta.
A previsão, no entanto, é que a mortalidade por dengue ainda ultrapasse a quantidade de mortes por Covid, considerando óbitos em análises e a possibilidade de uma nova epidemia de dengue no fim deste ano.
"É provável que tenhamos uma nova epidemia, então é urgente que medidas educativas sejam tomadas desde já. Provavelmente teremos em 2025 circulação ainda maior de dengue do tipo 3 e 4", afirma Stucchi.
"Se o tipo 3 ganhar força aqui no Brasil, vai encontrar uma população suscetível, ou seja, sem anticorpos específicos contra ele. Então é sempre uma preocupação para nós o que pode acontecer a partir do final deste ano", diz Richtman.
O clima mais quente é favorável ao mosquito transmissor Aedes aegypti e, por isso, há uma maior preocupação com a proximidade do verão. No momento, 24 estados e o Distrito Federal apresentam queda nos casos de dengue, segundo anúncio do Ministério da Saúde do último dia 14 de maio. Maranhão e Mato Grosso são os únicos estados que apresentaram estabilidade, ao invés de queda.
Até a segunda-feira (27), o Brasil registra 5.408.336 casos prováveis e 3.086 mortes pela doença.
O Ministério da Saúde já adquiriu todo o estoque disponível de vacinas contra a dengue para 2024 e 2025. Até o final deste ano, o Brasil receberá 5,2 milhões de doses, além da doação de 1,3 milhão de doses, o que permitirá a vacinação de 3,2 milhões de pessoas com as duas doses que completam o esquema vacinal.
Uma vacina contra a dengue do Instituto Butantan também deverá ser disponibilizada ao país nos próximos anos. A expectativa do instituto é que a fase final de estudos, bem como a aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), seja finalizada até 2025.
Já a imunização contra a Covid é reservada para os grupos prioritários -crianças entre 6 meses a 4 anos, gestantes, puérperas, imunocomprometidos e idosos- e as doses estão disponíveis nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais).
Na primeira quinzena de maio, o Brasil recebeu 9,5 milhões de doses da vacina atualizada contra a variante XBB.1.5 para o início de uma nova campanha vacinal.
Em circulação no Brasil desde novembro do ano passado, a variante carrega uma mutação que torna a ligação com as células humanas mais eficiente, fazendo com que a replicação seja mais veloz. De acordo com a pasta, a XBB 1.5. é responsável por 31% dos casos de Covid registrados nos últimos meses no Brasil -ficando atrás apenas da JN.1 (53%), também sublinhagem da ômicron.
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