quarta-feira, 9 de novembro de 2022

‘Patriota do caminhão’ fala sobre episódio que viralizou na internet

Empresário que ficou conhecido como ‘patriota do caminhão’ fala sobre o caso e afirma: ‘Na minha cabeça ali seria o dia do meu fim’

croppedImg 1770998617 - Empresário que ficou conhecido como 'patriota do caminhão' fala sobre o caso e afirma: 'seria o dia do meu fim'

Imagem: Reprodução/Redes Sociais

O empresário do mercado imobiliário Júnior César Peixoto, de 41 anos, que viralizou nas redes sociais em 03 de novembro após ser filmado sendo carregado na parte externa de um caminhão que passava pela cidade de Caruaru, em Pernambuco, disse em entrevista à CNN que achou que iria morrer.

As imagens que repercutiram com grande engajamento nas redes sociais foram feitas na manhã de 02 de novembro, segundo Júnior Peixoto. Ele afirma que chegou ao local do bloqueio, no quilômetro 132, da BR-232, sentido Recife, na noite anterior para levar água e comida aos manifestantes e que se pendurou no caminhão para não ser atropelado.

“Cheguei lá para levar água e comida para o pessoal. Eles estavam discutindo a possibilidade de abrir uma das faixas definitivamente. Levantei a mão gesticulando para que ele tivesse um pouco mais de paciência. Só que ele não esperou. Ele acelerou e a minha reação foi segurar no limpador do para brisa dele”, explica.

Júnior Peixoto narra que algumas pessoas ainda tentaram parar o caminhão atirando objetos nos pneus, mas que isso não impediu que o motorista arrancasse com o veículo. Ele contou que depois que o caminhão desenvolveu uma certa velocidade, não conseguiria mais pular, pois na sua análise, “seria fatal”.

“Eu acredito que ele tenha alcançado mais de 100 km/h. Na minha cabeça ali seria o dia do meu fim”, narra.

As imagens difundidas nas redes sociais mostram o motorista do veículo dizendo que deu uma oportunidade para Júnior Peixoto saltar do caminhão. Questionado sobre o fato de não ter saltado nessa hora, ele explicou que estava muito nervoso e que não teve tempo de descer.

“Depois de três quilômetros, ele (o motorista) fez uma parada e rapidamente começou a andar. Só deu tempo de colocar o pé no chão e respirar. Quando respirei, ele já puxou o carro novamente. Então a minha reação foi agarrar no mesmo lugar porque minhas pernas estavam trêmulas a ponto de não sair do canto. Foi muito rápido e não deu tempo. Então pra mim, ele não parou”, justifica.

“Por duas ou três vezes, eu falei: ‘Você vai me matar’”

O empresário relatou que apesar das brincadeiras nas redes sociais, a única coisa que se passava pela cabeça dele nos cerca de 10 minutos em que ele se aventurou na frente do caminhão foi a possibilidade não ver mais a sua família.

Ele conta que só conseguiu desembarcar do veículo após gritar com o motorista e dizer que ele iria o matar. “Eu só lembrava daquela cena à beira do precipício”, conta.

Júnior Peixoto explica que ao descer do veículo não manteve diálogo com o motorista e que saiu rapidamente da frente do caminhão. “Não consegui pegar a placa. O pessoal da manifestação estava tentando acompanhar de moto, mas não conseguiram alcançá-lo”, finaliza.

Política e opinião

O “Patriota do Caminhão”, como ficou conhecido após o episódio, se diz um bolsonarista convicto. Ele diz ter votado no candidato do PL nas eleições de 2018 e no pleito de 2022. A reportagem perguntou se ele foi até a manifestação para contestar o resultado das urnas que elegeu o candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, mas ele negou.

“Enquanto não me apresentarem as provas, como cidadão comum, eu tenho o dever de acreditar” (no resultado das urnas), explica.

Júnior Peixoto contou que foi ao local para apoiar uma manifestação “pacífica e ordeira” e que o objetivo do ato era a liberdade da nação. Questionado sobre qual liberdade ele foi apoiar, o empresário explicou que é pró-democracia, mas disse que não responderia o que ele gostaria.

“Se eu for responder o que penso, estou passivo a uma série de consequências”, finaliza. Ele também não mencionou quais seriam essas consequências.

Polêmica Paraíba com CNN Brasil - Publicado por: Larissa Freitas

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