PSDB cita tentativas de ataque, mas diz que novo aplicativo das prévias contratado pelo partido resiste
A votação no PSDB foi retomada depois do fiasco no app que postergou a definição do último domingo (21) - a sigla diz suspeitar de ataque hacker
© Megapacote de ajuste fiscal de Doria é adiado na Assembleia de SP
MATHEUS TEIXEIRA - BRASÍLIA,
DF (FOLHAPRESS)
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, citou neste
sábado (27) tentativas de ataque ao sistema de votação nas prévias da
legenda, mas disse que houve boa resistência do novo aplicativo
contratado.
Ele
manteve a previsão de anunciar neste sábado o nome do candidato da
sigla à Presidência da República para as eleições de 2022. A votação no
PSDB foi retomada depois do fiasco no app que postergou a definição do
último domingo (21) - a sigla diz suspeitar de ataque hacker.
Após o fechamento da votação, que ocorreu às 17h00, foram divulgados os números de ataques ao sistema.
De
acordo com as empresas de auditoria do processo, de meia-noite até
16h20, foram registradas 3,7 milhões de tentativas de acesso ao sistema
de votação. O número explodiu perto do fechamento do processo: de 16h20
às 16h52, foram identificados mais 26,7 milhões de pedidos de entrada no
sistema.
Os números são bastante superiores aos 26 mil ataques divulgado antes pelo partido.
Pela
manhã, Araújo já contabilizava ataques ao sistema. "Está claro que o
que houve na semana passada foi muito provavelmente um ataque ao PSDB,
um ataque à democracia. Hoje pela manhã, já havia tentativa de centenas
de pedidos de acesso ao sistema, sobretudo do exterior, eram mais de
1.500", afirmou em entrevista à CNN Brasil.
No
páreo para representar o PSDB em 2022 se apresentaram os governadores de São Paulo, João
Doria, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O ex-prefeito de Manaus
Arthur Virgílio também participou das prévias, mas não tinha chance de
vencer.
O partido divulgou, por volta das 16h40, um balanço da votação e informou que 25 mil filiados votaram.
A
disputa interna começou no último final de semana, mas foi interrompida
devido a problemas no aplicativo de votação que havia sido contratado
pelo partido.
Apesar das declarações de Bruno Araújo, na
primeira hora de votação deste sábado, usuários de iPhone e Apple
tiveram dificuldade de votar usando o navegador Safari.
O
partido, em rede social, soltou recomendação para que eles usassem outro
navegador, como o Google Chrome. Segundo o PSDB, o problema tinha sido resolvido e já era possível votar usando Safari.
Neste sábado, o
líder da sigla também afirmou que as prévias serviram para fortalecer o
PSDB e disse que os demais partidos não enfrentaram problemas porque
não fizeram uma eleição interna.
"Não temos problema no
aplicativo de Sergio Moro porque não tem prévias no Podemos; não tem
problema no aplicativo de Lula porque não tem escolha no PT; não temos
problema no aplicativo de Bolsonaro porque no PL Valdemar Costa Neto
resolve quem é o candidato", afirmou, em referência a outros três
pré-candidatos à Presidência da República.
Ele disse que, após
anunciado o resultado das prévias, o desafio do vencedor será iniciar
um processo de "reconstrução interna" porque "toda disputa gera feridas".
Além
disso, afirmou que o candidato tucano à chefia do Executivo deverá
começar a discutir "alianças que possam permitir a aglutinação de força
no campo de centro".
"A partir do momento que tiver escolhido,
ele terá que demonstrar grandeza, capacidade de articulação, liderança e
espírito público para poder ajustar as questões internas e consolidar
nesse campo da aliança de centro uma força que o permita ser candidato
com o apoio dessa importante gama de partidos para poder fortalecer esse
projeto no ano que vem", disse.
Embora a cúpula do PSDB
resista às previsões de derrocada, forças que também se articulam para
enfrentar o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro, pintam um
quadro distante do passado de glórias que tucanos evocam.
Mesmo
após a desorganização das prévias, persiste o discurso de que a legenda
é um polo de aglutinação, terá a cabeça de chapa e despontará como a
candidatura mais competitiva.
Já dirigentes de outras
siglas veem o PSDB como parte importante do jogo da centro-direita, mas
não necessariamente um protagonista. Afirmam que o partido já foi líder
da centro-direita nos últimos cinco pleitos, tendo perdido todos. Para
obter apoio, lembram, é preciso estar disposto a apoiar.
Colaborou Danielle Brant.
Nenhum comentário:
Postar um comentário