A
 médica Nise Yamaguchi processou os senadores Omar Aziz (PSD-AM), 
presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, e 
Otto Alencar (PSD-BA) por danos morais. Ela pede indenização de R$ 160 a
 cada um dos parlamentares.
A informação é da CNN Brasil. De acordo com o site, Nise 
argumentou ter sido vítima de misoginia, preconceito às mulheres e 
humilhação durante seu depoimento à comissão no dia 1º de junho.
Nise Yamaguchi defendeu que os senadores “perpetuaram um 
verdadeiro massacre moral”. A defesa da médica diz que os parlamentares 
agiram com intenção de “destruir a imagem” de Nise Yamaguchi “perante toda a 
sociedade brasileira”
De acordo com os advogados, caso Nise ganhe a ação, ela doará o dinheiro a hospitais infantis para crianças com câncer.
Críticas
Durante a oitiva, o senador Otto Alencar, que é médico, criticou a 
colega de profissão. O membro da CPI afirmou que o plenário do colegiado
 está “cansado de médico de audiovisual”
As críticas ocorreram após questionamento à médica sobre 
sua noção histórica a respeito do coronavírus. O senador perguntou se Nise Yamaguchi sabia diferenciar um vírus de um protozoário, e se indignou 
com a resposta de Nise: “A senhora não é infectologista, se transformou 
de uma hora pra outra”, disparou.
“A senhora não sabe 
nada de infectologia, nem estudou, doutora. A senhora foi aleatória 
mesmo, superficial. A senhora não podia de jeito nenhum estar debatendo 
um assunto que não é do seu domínio. Isso não é honesto, doutora”, 
continuou o parlamentar.
Otto disse ainda que a oncologista não poderia atuar no campo da 
infectologia, por não ter domínio da área. Nise é defensora ferrenha do 
uso de cloroquina e do chamado tratamento precoce em pacientes da 
Covid-19.
Interrupção
Incomodado com a postura de Nise Yamaguchi, o presidente da CPI da 
Covid, Omar Aziz repreendeu a médica, devido às declarações dela em 
defesa do tratamento precoce, e em detrimento das vacinas. A fala causou
 tumulto na sessão.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), passou um 
vídeo em que Nise diz que não se deve vacinar deliberadamente nem 
obrigatoriamente. “Tratamento precoce salva vidas e, portanto, não 
precisa vacinar aleatoriamente a população inteira dizendo que é a única
 saída”, disse Nise Yamaguchi, que reafirmou a opinião na sessão.
Omar Aziz, então, interrompeu: “A sua voz calma e a forma de falar é 
convincente, passa para as pessoas como se fosse a verdade”, afirmou 
Aziz. “Peço que desconsidere essa questão que ela diz sobre vacinas.”
Notificação
Em nota, a assessoria do senador Otto Alencar disse que o parlamentar 
ainda não foi notificado sobre o processo, mas que os advogados 
responderão, de acordo com a lei, assim que a notificação for recebida.
Além disso, Alencar defendeu que o tratamento dado a Nise
 Yamaguchi foi respeitoso. “O senador Otto Alencar reforça que durante 
os seus questionamentos se referiu a médica Nise Yamaguchi, com 
respeito, sempre a tratando como doutora, senhora e Vossa Senhoria”, 
informou.
“Quanto à 
pergunta sobre vírus e protozoário, a médica não soube responder a 
indagação. O questionamento foi feito com o objetivo de indicar, como 
atestam cientistas e especialistas na área de saúde, que nenhuma 
medicação evita a contaminação pelo coronavírus e que o tratamento 
precoce, defendido por Nise Yamaguchi, não funciona e não é 
recomendado”, concluiu a nota.
Participação na CPI
Nise foi convocada pelo colegiado por ser defensora do uso da cloroquina
 no tratamento da Covid-19. Além disso, foi nominalmente citada como uma
 das integrantes do chamado “ministério paralelo”, que supostamente 
assessorava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre medidas de 
enfrentamento da pandemia.
Fonte: POLÊMICA PARAÍBA - Créditos: METROPOLES - Publicado por: Rebeka Melo
 
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