Impacto da pandemia do novo coronavírus sobre bancos cai 50% em novo teste de estresse
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Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lte doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967 |
O impacto da pandemia sobre os bancos, num cenário severo de inadimplência de empresas e de trabalhadores vulneráveis, caiu 50% no novo teste de estresse divulgado hoje (15) pelo Banco Central (BC). Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, o BC teria de aportar R$ 35 bilhões na simulação que considera um choque severo da covid-19 sobre o sistema financeiro nacional, o que representa a metade do teste anterior, feito em maio.
Hoje, os aportes necessários em situação de severo estresse somariam 3,5% do total do patrimônio de referência do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Segundo o BC, o novo teste é mais preciso porque considera dados observados ao longo da pandemia. Em maio, a simulação baseava-se em premissas teóricas sobre a evolução de casos e da atividade econômica.
No teste de estresse, o BC simula o quanto uma situação de severa inadimplência e de corrida aos bancos impacta o cumprimento dos limites regulatórios mínimos pelas instituições financeiras e quanto a autoridade monetária precisaria aportar ao sistema financeiro. Entre esses limites estão a manutenção de uma reserva em caixa para garantir que os bancos paguem todos os clientes que forem sacar dinheiro em momentos de crise.
Segundo o Banco Central, a melhoria dos fluxos de recebimento de vários setores da economia até agosto contribuiu para a redução do impacto da pandemia depois da queda acentuada registrada em abril e maio.
“Os mercados financeiros funcionaram adequadamente, e o balanço do sistema bancário cresceu consideravelmente no primeiro semestre de 2020, com elevado volume de captações e suprimento de crédito para a economia real no ritmo mais acelerado dos últimos cinco anos”, destacou o relatório.
Para reduzir esses riscos, o sistema bancário aumentou o volume de provisões, reservas usadas para cobrir eventuais inadimplências. O índice de cobertura de ativos problemáticos atingiu 87,83% em junho, praticamente o mesmo nível observado em março (87,89%). Os níveis são os mais altos observados desde o segundo semestre de 2015, quando o índice ultrapassou 88% após a retirada do grau de investimento (selo de bom pagador) do Brasil por agências internacionais de classificação de risco.
Agência Brasil - Publicado por: Adriany Santos
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