Organização Mundial de Saúde diz que ‘talvez nunca exista’ uma solução eficaz para o novo coronavírus
Pandemia matou pelo menos 689.758 pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (3) que
talvez nunca exista uma “solução milagrosa” contra a pandemia de
Covid-19, apesar da corrida contra o tempo de laboratórios e países para
obter uma vacina.
“Não há solução
milagrosa e talvez nunca exista”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros
Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva virtual.
“Os
ensaios clínicos nos dão esperança. Mas isso não significa
necessariamente que teremos uma vacina” eficaz, principalmente no longo
prazo, disse.
“Todos esperamos ter um
número de vacinas eficazes que possam evitar que as pessoas sejam
infectadas”, mas frear os focos depende do respeito às medidas de saúde
pública e do “compromisso político”, apontou.
O
comitê de emergência da OMS que se reuniu na sexta-feira “foi muito
claro: quando os líderes trabalham de maneira muito estreita com as
populações, essa doença pode ser controlada”, ressaltou.
“Devemos
conter os surtos, testar, isolar e tratar pacientes, procurar e colocar
em quarentena seus contatos”, mas também “informar”, afirmou o diretor,
antes de pedir às populações a continuar respeitando os gestos de
barreira (distanciamento físico, uso de máscara, boas práticas de
higiene, etc.) para romper as cadeias de transmissão do novo
coronavírus.
“A mensagem para as
pessoas e os governos é: façam tudo isso. E continuem mesmo quando a
doença estiver sob controle!”, exclamou, depois de apontar que “vários
países que pareciam ter passado pior registram agora novos surtos”.
A
pandemia matou pelo menos 689.758 pessoas em todo o mundo desde o final
de dezembro, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP nesta
segunda-feira às 8h00. Mais de 18 milhões de casos foram registrados
oficialmente, dos quais pelo menos 10,5 milhões foram curados.
Em
10 de julho, a OMS enviou um epidemiologista e um especialista em saúde
animal à China para uma missão exploratória antes do início de uma
investigação que a organização de saúde deseja realizar sobre a origem
do vírus, que apareceu na China no final de 2019.
O
diretor-geral da agência das Nações Unidas anunciou que essa missão
concluiu o trabalho preparatório para sua investigação sobre a origem da
pandemia de COVID-19.
“A equipe da
OMS que viajou à China terminou sua missão que consistia em estabelecer
as bases dos esforços conjuntos para identificar as origens do vírus”,
afirmou Adhanom Ghebreyesus.
“Estudos epidemiológicos começarão em Wuhan para identificar a fonte potencial de infecção dos primeiros casos”, completou.
A
grande maioria dos pesquisadores concorda que o novo coronavírus
SARS-CoV-2 – a fonte da pandemia – pode ter se originado em morcegos,
mas os cientistas acreditam que ele passou por outra espécie antes de
ser transmitido aos seres humanos.
É
essa peça do quebra-cabeça que a comunidade científica internacional e a
OMS esperam descobrir para entender melhor o que aconteceu, direcionar
melhor as práticas de risco e evitar uma nova pandemia.
Fonte: Meia Hora.
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