Governo federal busca executivo para o Banco do Brasil, mas salário de R$ 68 mil é considerado baixo
O
presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes,
estiveram reunidos na tarde de segunda-feira para discutir a sucessão
no Banco do Brasil e chegaram a um consenso: seria dada prioridade a um
executivo do mercado e, caso ninguém aceitasse o convite, o plano B
seria uma solução interna.
Segundo
técnicos do governo, alguns executivos foram sondados e recusaram o
convite por conta do salário. Como diretor de banco ou instituições
privadas, eles ganham mais do que na presidência do BB, que tem salário
fixo na casa dos R$ 68,8 mil, mais uma parte variável que pode dobrar o
vencimento mensal.
Ao longo do dia
também surgiram novos cotados para a função. O economista Mateus
Bandeira foi um dos nomes ventilados para substituir Rubem Novaes, que
entregou sua carta de demissão na sexta-feira.
Bandeira foi
candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo partido Novo.
Ex-presidente do Banrisul, é visto como “alinhado” a Bolsonaro.
Também foi cogitado Conrado Engel, atual conselheiro da gestora General Atlantic e com passagem pelos bancos HSBC e Santander.
No
fim de semana, os nomes cotados faziam parte da atual direção do BB.
Entre eles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de
Gestão Financeira e Relação com Investidores; Mauro Ribeiro Neto,
vice-presidente corporativo,; e o presidente do conselho de
administração do banco, Hélio Magalhães.
O pedido de demissão de
Novaes foi informado ao mercado no início da noite da sexta-feira
passada, por meio de fato relevante da instituição junto à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM, que regula o mercado de capitais brasileiro).
No comunicado, o BB informou que a substituição ocorrerá em agosto.
Novaes
deixa o cargo sem conseguir privatizar o banco, seu principal desejo. E
também em meio a uma cobrança de Bolsonaro por uma atuação mais
incisiva do Banco do Brasil, especialmente na redução de juros.
O
presidente tem comparado a situação do BB com a Caixa, que efetuou uma
série de cortes de juros nos últimos meses e tem servido de vitrine para
ações do governo federal.
Em sua defesa, Novaes lembrava que o BB
é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa. Ele
deve ser nomeado assessor especial de Guedes, mas passará a despachar do
Rio.
Fonte: Exame - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Adriany Santos
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