Carlos Alberto Decotelli apresenta carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro
A avaliação é de que não há mais clima para Decotelli e a demissão seria uma saída para a crise.

© Palácio do Planalto / Marcos Corrêa/PR
Cinco dias após ser nomeado
Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli entregou na tarde desta
terça-feira (30) uma carta de demissão ao presidente Jair
Bolsonaro. Segundo a analista Renata Agostini, da CNN Brasil, a
expectativa é de que o presidente aceite esse pedido de demissão, mas
espera anunciá-la junto com um novo ministro.
A demissão foi a maneira encontrada pelo governo para
encerrar a crise criada após a revelação de falsidades no currículo de
Decotelli.
A passagem do economista pelo cargo tem sido marcada
pelos questionamentos de inconsistências nas informações acadêmicas
prestadas por Decotelli na plataforma Lattes do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Acusações de
plágio na dissertação de mestrado, omissões e informações falsas no
currículo do novo ministro criaram um mal-estar no Palácio do Planalto e
rumores de que houve fragilidade da Abin (Agência Brasileira de
Inteligência), órgão ligado ao GSI. Auxiliares defendiam que um
pente-fino deveria ser feito antes de qualquer nomeação.
Na
última semana, Decotteli fez atualizações no Lattes. A mais recente,
nessa segunda-feira (29) trouxe a alteração para “projeto de pesquisa”
do trabalho submetido à Bergische Universitat Wuppertal (Alemanha), que
antes havia sido identificado como “pós-doutorado”.
A mudança
ocorreu após a segunda contestação feita por uma instituição de ensino
estrangeira ao currículo de Decotelli na Plataforma Lattes, que registra
as atividades acadêmicas de professores e pesquisadores no Brasil.
Na
sexta-feira, a Universidade Nacional de Rosario (Argentina) divulgou
que ele não recebeu o título de doutor – cursou as disciplinas e cumpriu
os créditos exigidos, mas sua tese foi reprovada em uma primeira
análise e ele não voltou a submeter o trabalho à banca. Naquele dia, o
economista alterou o registro, incluindo a afirmação “Sem defesa de
tese” no lugar do nome de quem deveria ter sido seu orientador, o
pró-reitor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antonio de Araújo Freitas
Junior.
Em resposta à CNN, a Universidade de Wuppertal afirmou que Decotelli
nunca obteve nenhum certificado pela instituição e não recebeu bolsas ou
qualquer tipo de suporte financeiro. "Ele não era um pós-doutor na BUW
(sigla da universidade)", disse uma porta-voz da universidade. De acordo
com a instituição, ele conheceu uma professora da Wuppertal no Brasil
e, a partir deste contato, foi à universidade para produzir uma
pesquisa, mas sem nenhum vínculo. "Ele não deu aulas e não obteve nenhum
certificado em nossa universidade", diz o texto enviado à CNN.
Notícias ao Minuto
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