Tribunal de Justiça da Paraíba acata denúncia do Ministério Público e afasta Berg Lima da Prefeitura de Bayeux
O
 Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) decidiu afastar, na tarde desta 
quarta-feira (20), o prefeito Berg Lima da prefeitura de Bayeux no 
processo que apurava a contratação de servidores fantasmas na gestão 
municipal e um esquema de “rachadinha” na administração da cidade.
A
 denúncia foi apresentada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e 
acatada por unanimidade, em sessão online. Já a decisão sobre o 
afastamento do prefeito foi decidida por 10 desembargadores. Somente a 
desembargadora Maria das Graças Moraes Guedes votou contra o 
afastamento.
Em
 julho de 2017,  o prefeito Berg Lima foi preso em flagrante em uma 
operação do Grupo de Atenção Especial Contra o Grupo Organizado (GAECO) 
acusado de extorquir um servidor da prefeitura. Ele foi solto seis meses 
depois.
Com o afastamento de Berg 
Lima, quem deve assumir a prefeitura interinamente é o presidente de 
Câmara Municipal da cidade, Jefferson Kita.
Acusações
Berg
 Lima é acusado de desviar ou apropriar-se de rendas públicas em 
proveito próprio ou de terceiros. No voto, o relator do processo, 
desembargador Joás de Brito Pereira Filho, determinou o afastamento do 
gestor do cargo de prefeito.
Consta 
do Procedimento Investigatório Criminal nº 0001694-83.2018.815.0000 que o
 prefeito Berg Lima desviou renda pública em proveito de Mônica da Costa
 Gonçalo, Paulo César da Silva Batista, Rafael Soares Pereira, Verônica 
de Sousa Ferreira, Weverton da Silva Alves, José Carlos Barbosa da 
Cunha, Maria das Graças Silva, Mizadora dos Santos Costa, Sandra Regina 
Machado Oliveira de Sousa Lima, José Cardoso Bastos, José Gabriel 
Targino da Cunha, Maria do Socorro Salviano da Silva, Antony Juvino de 
Luna, Ailton da Silva Nascimento, Ailton Simplício de Paula, Silvânio 
Correia dos Santos, Arisonia Machado Rosas dos Santos, Débora Rayne 
Liberato Duarte, Elaine Cristina da Costa Souza e Maria Sueli Marques 
Borba.
De
 acordo com a denúncia, o gestor de Bayeux orquestrou um esquema espúrio
 de distribuição de cargos no âmbito da administração pública municipal,
 cujo modo de agir apontava para um verdadeiro loteamento de cargos, 
ocupados por aliados políticos e seus indicados, que não desempenhavam 
regularmente suas funções, ou seja, recebiam salários sem a 
correspondente contraprestação do serviço público. Relata o MP que os 
descasos com os princípios da administração pública eram tamanho que os 
apadrinhados políticos eram indicados informalmente para ocupar cargos 
comissionados em secretarias do município de Bayeux. Assim, sem ato 
formal de nomeação eram inseridos em folha de pagamento e passaram a 
receber a remuneração de forma graciosa.
Ainda
 conforme a peça acusatória, meses depois, ao perceber a inassiduidade 
de comissionados, alguns agentes públicos reportaram os fatos ao 
secretário de Administração, solicitando providências. Nesse contexto, o
 secretário de Indústria e Comércio de Bayeux, Ramon Acioly, foi mais 
incisivo ao constatar que, em sua secretaria, trabalhavam, de fato, 
apenas quatro servidores, incluindo o próprio, enquanto que o Sagres do 
Tribunal de Contas apontava para a existência de 13 servidores na pasta.
 Desse modo, Ramon agendou audiência e, em maio de 2017, alertou o 
prefeito acerca dos funcionários fantasmas, tendo o gestor dito que 
resolveria a situação em 30 dias.
A 
defesa alegou falta de justa causa para a abertura da ação penal. O 
relator, porém, afirmou que tal alegação confunde-se com o próprio 
mérito, ou seja, exige avaliação sobre a existência de prova da 
materialidade e de autoria. “A denúncia aponta um cabedal de elementos 
que justificam a abertura da ação penal para que os fatos sejam apurados
 em toda a sua extensão”, ressaltou o desembargador Joás, votando pelo 
recebimento, com o afastamento do prefeito.
Polêmica Paraíba 
 

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