'Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não', diz o presidente Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro enfrenta um momento de forte desgaste com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o Supremo Tribunal Federal
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O presidente Jair Bolsonaro
disse na manhã deste sábado, 2, que não será alvo de nenhum "golpe" em
seu governo. A declaração foi dada a um grupo de apoiadores que se
aglomeravam em frente ao Palácio do Alvorada.
"Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição",
disse Bolsonaro. "Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não",
declarou. Após o comentário, Bolsonaro entrou no carro e partiu, sem
dizer exatamente ao que se referia. A assessoria do presidente não
informou o destino de Bolsonaro ao deixar o Alvorada.
Bolsonaro
enfrenta um momento de forte desgaste com o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, e com o Supremo Tribunal Federal. No dia 20 de abril, ele
participou de um ato público que pedia intervenção militar no País e o
fechamento da Câmara e do STF.
Em entrevista ao jornal O Estado de
S. Paulo publicada neste sábado, o ministro Luís Roberto Barroso, do
STF, disse que, numa democracia, a maneira de se administrar a decepção é
com eleições. "Impeachment é a última opção", afirmou. Sem se debruçar
sobre acusações com potencial de levar Bolsonaro a deixar o governo
depois de Dilma Rousseff (2016) e Fernando Collor (1992), o ministro foi
taxativo: "É preciso que os fatos sejam graves, demonstrados".
Neste
sábado, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vai
prestar depoimento à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República
em Curitiba (PR), sobre as acusações de intervenção de Bolsonaro na PF.
Nesta
sexta, 1º, Bolsonaro esteve reunido por cerca de três horas com o novo
ministro da Justiça, André Mendonça, no Palácio da Alvorada. O
compromisso não contava na agenda oficial das autoridades.
Moro deixou o ministério na semana passada fazendo acusações diretas ao presidente e exibiu, no Jornal Nacional, da TV Globo, mensagem de Bolsonaro cobrando mudança no comando da PF, por causa de investigações envolvendo deputados bolsonaristas.
As
informações levaram o ministro do STF Alexandre de Moraes a determinar a
suspensão de Ramagem no dia de sua nomeação, o que pegou o governo de
surpresa e deixou Bolsonaro indignado. Se no dia o presidente disse que
entendia e respeitava a decisão do Judiciário, no outro declarou que não
tinha "engolido" ainda o assunto.
Na quinta-feira, 30, Bolsonaro
declarou, em transmissão feita por meio de suas redes sociais, que tinha
feito um "desabafo" ao avaliar como motivação política a decisão do
ministro Alexandre de Moraes, de barrar a nomeação de Ramagem.
Bolsonaro voltou a insistir para que o STF reveja a decisão e pediu
para que os ministros levem em conta o currículo do policial. Na PF
desde 2005, Ramagem tem experiência no combate ao crime organizado e de
colarinho branco, mas teve a indicação criticada por conta do lobby que
os filhos do presidente fizeram para que ele fosse o escolhido em
substituição a Maurício Valeixo.
Notícias ao Minuto
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