Crise da pandemia do novo coronavírus pode fazer fome quase dobrar no mundo em 2020
O
número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar aguda pode quase
dobrar este ano, para 265 milhões, devido às conseqüências econômicas da
Covid-19, informou o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas
(ONU).
A estimativa é que o impacto das perdas de receitas com
turismo, remessas em queda e restrições a viagens deixem 130 milhões de
pessoas sob “ameaça severa”. Somadas às 135 milhões de pessoas que já
estavam nessas condição antes da pandemia, a ONU estima que as vidas e
subsistências de 265 milhões de pessoas em países de baixa e média renda
estejam ameaçadas.
“A Covid-19 é potencialmente catastrófica para
milhões de pessoas que já estão ‘por um fio'”, disse Arif Husain,
economista chefe e diretor de pesquisa do Programa Mundial de Alimentos
em conferência virtual a partir de Genebra, na Suíça. “Precisamos nos
unir para lidar com isso, ou o custo será alto demais – o custo global
será alto demais: muitas vidas perdidas e muitos, muitos meios de
subsistência”.
“Crise aguda de alimentos e meios de subsistência” é
a categoria três das cinco fases da ONU, que significa “falta crítica
de acesso a alimentos e desnutrição acima do habitual”. A categoria 5
significa “fome em massa”.
Husain afirmou que é crítico agir
rápido para evitar que pessoas já vivendo em situações como a de
vendedores de alimentos no Quênia vendam seus bens, uma vez que pode
levar anos para que sejam independentes novamente. Em alguns casos, como
quando produtores vendem seus equipamentos ou gado, pode levar a efeito
cascata na produção de alimentos por vários anos.
“Essas
são as pessoas com as quais estamos preocupados – os que estavam bem
antes da Covid e agora não estão”, disse, acrescentando estar “realmente
preocupado” com pessoa vivendo em países com pouca ou nenhuma rede de
segurança do governo.
África será provavelmente região mais atingida
Oficiais
da ONU não deram um detalhamento geográfico das necessidades
crescentes, mas disseram que a África provavelmente será a mais
atingida.
O programa espera precisar de US$ 10 bilhões a US$ 12
bilhões para financiar seus programas de assistência este ano, em
comparação com os US$ 8,3 bilhões registrados no ano passado,
acrescentou Husain. Ela planeja pré-posicionar os estoques de alimentos
nos próximos meses, antecipando necessidades crescentes.
Dos que
já são considerados famintos, muitos estão em zonas de conflito como a
Síria ou em países seriamente afetados pelo impacto das mudanças
climáticas, de acordo com um relatório da ONU. Mesmo antes da pandemia
de coronavírus, os gafanhotos do deserto na África oriental haviam
destruído as colheitas e aumentado o número de pessoas dependentes de
ajuda alimentar.
Fonte: G1 - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Adriany Santos
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