Presidente Jair Bolsonaro sanciona com vetos lei que prevê auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais
O
presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos, nesta quarta-feira (1º),
a lei que estabelece um auxílio de R$ 600 mensais, por três meses, a
trabalhadores informais.
O ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Jorge Oliveira, anunciou a sanção em rede social. A medida
não tinha sido publicada no “Diário Oficial da União” até a publicação
desta reportagem.
O auxílio tem o objetivo de diminuir o impacto
da pandemia do coronavírus na renda dessas pessoas – que não têm
carteira assinada e, por isso, foram mais afetadas pelas medidas de
isolamento social.
Pela manhã, Bolsonaro anunciou em
pronunciamento que sancionaria o texto ainda nesta quarta. Segundo ele, o
auxílio deverá beneficiar 54 milhões de pessoas, com custo aproximado
de R$ 98 bilhões. O governo ainda não anunciou o calendário oficial de
pagamento.
Enviado ao Congresso Nacional pelo governo, o projeto
foi aprovado pela Câmara na semana passada e pelo Senado na última (30).
A proposta original previa um auxílio de R$ 200 mas os parlamentares,
com o aval do Executivo, aumentaram o valor para R$ 600.
Segundo o
projeto, o auxílio será limitado a duas pessoas da mesma família. O
texto aprovado ainda definiu que a trabalhadora informal que for mãe e
chefe de família terá direito a duas cotas, ou seja, receberá R$ 1,2 mil
mensais por três meses.
Vetos ao texto
O presidente Jair Bolsonaro vetou três itens do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo o Planalto, esses vetos foram orientados pelos ministérios da Economia e da Cidadania.
Vetos ao texto
O presidente Jair Bolsonaro vetou três itens do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo o Planalto, esses vetos foram orientados pelos ministérios da Economia e da Cidadania.
O
principal trecho vetado é o que garantia, na nova lei, a ampliação do
Benefício de Prestação Continuada (BPC) definida pelo Congresso no
início de março. Essa ampliação, segundo o governo federal, tem impacto
de R$ 20 bilhões ao ano nas contas públicas.
A extensão do BPC foi
definida quando o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro ao tema. O
ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), chegou
a adiar a mudança nas regras até a definição de medidas “compensatórias”
para esse custo extra.
Dias depois, Dantas mudou de ideia
e suspendeu todas as decisões por 15 dias. Segundo o ministro, a
flexibilização das regras fiscais e de austeridade no contexto da
pandemia do coronavírus poderia ser aproveitada, também, para garantir a
inclusão de novos beneficiários no BPC.
Enquanto não há resposta
definitiva, os parlamentares voltaram a incluir o tema na lei do auxílio
emergencial. E, na análise final, Bolsonaro voltou a vetar o
dispositivo. Segundo o governo, a medida fere a Constituição e a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Fila de prioridades
Em entrevista na segunda-feira (30), o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, informou que trabalhadores informais que recebem o Bolsa Família, e aqueles que estão no Cadastro Único, devem ser os primeiros a receber o auxílio.
Fila de prioridades
Em entrevista na segunda-feira (30), o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, informou que trabalhadores informais que recebem o Bolsa Família, e aqueles que estão no Cadastro Único, devem ser os primeiros a receber o auxílio.
No caso do Bolsa Família, o benefício não será
acumulado. Se o pagamento de R$ 600 for mais vantajoso, haverá uma
substituição automática e o trabalhador informal receberá apenas esse
auxílio temporário. Ao fim desse período, se continuar atendendo aos
critérios, ele volta a receber o Bolsa Família.
Trabalhadores
informais que não constam em nenhum cadastro do governo devem ficar por
último no cronograma de pagamento, que ainda não tem data para começar a
ser feito.
Segundo Onyx, o pagamento deverá ser feito por meio de
agências e aplicativos de bancos federais, como Caixa, Banco do Brasil,
Banco da Amazônia e Banco do Nordeste, além de lotéricas e aplicativos
desses bancos.
Requisitos
A lei sancionada estabelece uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxílio, apelidado por alguns parlamentares de “coronavoucher”.
Requisitos
A lei sancionada estabelece uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxílio, apelidado por alguns parlamentares de “coronavoucher”.
Segundo
o texto aprovado no Congresso, o trabalhador precisa ter mais de 18
anos, cumprir critérios de renda familiar e não pode receber benefícios
previdenciários, seguro desemprego nem participar de programas de
transferência de renda do governo federal, com exceção do Bolsa Família.
Fonte: G1 - Publicado por: Gerlane Neto
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