Apesar do isolamento social, governador João Azevêdo quer sintonia com as ruas – por Nonato Guedes
O
pacote de medidas econômicas e sociais anunciado em “live”, hoje, pelo
governador João Azevêdo (Cidadania) refletiu a estratégia do chefe do
Executivo em intensificar a sintonia com a sociedade ou a chamada “voz
rouca das ruas” mesmo em meio ao isolamento social formalizado através
de decreto como consequência da pandemia do novo coronavírus, que já
coloca a Paraíba na estatística nacional, com um óbito confirmado. A
tradução dessa estratégia é feita por assessores do governador e por
parlamentares que compõem a sua base de sustentação na Assembleia
Legislativa. O raciocínio é o de que a sociedade, mais do que em
qualquer outra época, cobra mais do governo na atual conjuntura de risco
para todos.
A avaliação entre os
interlocutores palacianos é que as medidas anunciadas completam o ciclo
das ações preventivas de enfrentamento ao novo coronavírus por parte das
autoridades de Saúde, comandadas pelo secretário Geraldo Medeiros, que
mantém acompanhamento sistemático da notificação de supostos casos e, ao
mesmo tempo, se articula com prefeitos municipais, dentro da ofensiva
para evitar propagação da doença. Fontes ligadas a João Azevêdo dizem
que a metodologia adotada pelo governo do Estado tem dado resultados e
chamam a atenção para o fato de que não há posturas alarmistas em curso,
mas posturas racionais, objetivas, que são coroadas com a preparação da
Saúde Pública para hipotéticos estágios avançados da pandemia,
mencionados por especialistas da própria Organização Mundial de Saúde.
Na
“live” em rede social, o governador João Azevêdo deixou claro o seu
interesse de contemplar, no pacote anunciado, os diferentes segmentos da
sociedade que formularam reivindicações ao Executivo estadual para
flexibilizar as atividades econômicas, como prevenção a um colapso
iminente de consequências imprevisíveis. Assim é que o próprio governo
prorrogou prazos de quitação de débitos e de atualização de pagamentos
de tributos, com isto proporcionando fôlego a empresários e a micros e
pequenos empresários que estão se sentindo asfixiados devido à ausência
de movimentação dos negócios neste período. A constatação de que o dever
de casa está sendo feito com êxito é realçado, conforme essas fontes,
pela constatação de que ao assumir o governo do Estado, João Azevêdo
deparou-se com a Saúde Pública sucateada, dado o desmonte que ocorreu na
administração de Ricardo Coutinho (PSB), de quem foi aliado em 2018.
Esse desmonte, com remanejamento sem critério de equipamentos de
unidades hospitalares do Estado, foi detectado por investigações da
Operação Calvário, conduzida pelo Ministério Público com o reforço do
Gaeco e que valeu a aplicação de medidas restritivas ao ex-governador,
tais como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contatos com
presumíveis integrantes de “organização criminosa” que teria sido
instalada na Paraíba.
As
fontes oficiais consideram que houve rapidez de soluções por parte do
governador João Azevêdo. E que a estratégia de resposta na conjuntura de
calamidade foi reforçada por recursos provenientes de emendas da
bancada federal ao Orçamento Geral da União, bem como de emendas
individuais de senadores e deputados estaduais. O governador logrou
facilidade, igualmente, conforme é reconhecido nos círculos oficiais, na
Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Adriano Galdino, que em
sessões remotas tem aprovado medidas indispensáveis para dotar a
administração de meios capazes de enfrentar o novo coronavírus. A
expectativa é de que se materialize o apoio decisivo de recursos cuja
liberação está na pauta do governo federal. “Graças ao planejamento
estratégico em tempo hábil, a Paraíba não constitui foco de extrema
gravidade na radiografia do coronavírus”, afirmou um deputado da base de
Azevêdo na Assembleia Legislativa.
Os Guedes
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