Conheça a história de Tiradentes, símbolo da luta pela liberdade política no Brasil, e entenda o feriado de 21 de abril

Hoje, 21 de abril, é feriado. A data é homenagem a Tiradentes,
patrono da Nação, um dos maiores líderes da Inconfidência Mineira e
símbolo da luta pela liberdade política no Brasil. O dia foi instaurado
em 1965, pelo marechal Castelo Branco, então presidente da República,
durante a ditadura militar. O homenageado é Joaquim José da Silva Xavier, um dos
líderes a frente da Inconfidência Mineira, único entre os
revolucionários a receber a sentença de morte, tendo sido enforcado. O
apelido “Tiradentes” surgiu por ser uma das tantas profissões
desempenhadas pelo brasileiro, nascido na Capitania de Minas Gerais, na
época do Brasil colonial, em 12 de novembro de 1746. Além de dentista,
Tiradentes também foi tropeiro, minerador, fez parte do regimento
militar dos Dragões de Minas Gerais.
A luta política em que Tiradentes estava inserido era pela Independência do Brasil em relação à
Coroa Portuguesa. Liberdade e igualdade, eram os ideais pregados por
esses revolucionários, os mesmos princípios também fomentaram a
Revolução Francesa, em 1789.
Militar da cavalaria de Dragões Reais
de Minas, ocupando o posto de alferes (patente abaixo da de tenente),
mesmo servindo aos portugueses, Tiradentes participou ativamente de
movimentos que iam contra as ideias do Brasil Colônia, dentre eles o
mais famoso: a Inconfidência Mineira, movimento que ocorreu entre 1788 e
1789.
A cobrança de impostos sobre a produção de ouro e dos
rendimentos pessoais que cada cidadão recebia foi o estopim para pôr em
prática os planos de insurgência contra o governo de Minas, representado
pelo Visconde de Barbacena. Apesar da organização bem elaborada, os
inconfidentes acabaram por ser delatados por Silvério dos Reis, um
devedor de tributos que, com a denúncia, acreditava poder sanar suas
dívidas com a Coroa.
Com todos os inconfidentes presos, incluindo
Tiradentes, que foi capturado no Rio de Janeiro, o julgamento e as
sentenças só terminaram em 1792, no dia 18 de abril. Os principais
líderes foram expulsos do Brasil.
Tiradentes foi enforcado no dia
21 de abril ao som de discursos que louvavam a rainha de Portugal. Teve
o corpo esquartejado e cabeça exibida na praça principal da cidade de
Ouro Preto. Antes de morrer, Joaquim José da Silva Xavier disse: “Jurei
morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em
Deus e peço a Ele que separe o Brasil de Portugal”.
Só em 1965,
tendo marechal Castelo Branco como presidente da República e na primeira
fase do regime militar, que a imagem e história de Tiradentes foi
reconhecida, como forma de elevar a representação da República e amor a
pátria. Assim, a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituiu o dia 21
de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono
da Nação Brasileira.
Falante, namorador e defensor do conhecimento
Segundo
o professor do departamento de história da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), Luiz Villalta, que pesquisa o tema há quase quatro
décadas, o patrono da Inconfidência Mineira foi um homem, com paixões,
defeitos e qualidades.
Segundo Villalta, Tiradentes se envolveu na
trama pelo mesmo motivo da maioria de seus companheiros: insatisfação
pessoal com a Coroa. Com o passar do tempo, já dentro do movimento,
Joaquim adquiriu consciência política e compreendeu que a luta em que
estava envolvia causas nobres, como a instalação da República e o fim da
cruel dominação portuguesa.
Ainda segundo o professor, entre os
legados deixados pela Inconfidência Mineira estão “as falhas permanentes
de nosso poder judiciário, desde aquela época notabilizado por produzir
injustiças”.
Villalta destaca que apesar de ter sido um movimento
que pregava a liberdade, os inconfidentes não tocaram na questão da
escravidão, pois não tinham a menor sensibilidade social.
O apreço
pela leitura e pelo conhecimento técnico também tem destaque na
personalidade de Tiradentes. Lendo obras estrangeiras e nacionais,
montava suas próprias estratégias de intervenção. Ele circulava bem por
diferentes grupos sociais e tinha uma alma inquieta.
Na vida
afetiva, teve um relacionamento com Antônia do Espírito Santo, 25 anos
mais nova do que ele. Os dois moraram juntos, mas não chegaram a se
casar. Há registros de que o casal teria tido uma filha. Mas é provável
que tenha deixado outros descendentes.
De acordo com estudos do
professor da UFMG, Tiradentes viajava demais, era obcecado pela
conspiração e ao que tudo indica foi traído pela amante.
*Com Agências
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