Especialista alerta para saúde mental durante período de quarentena por conta da pandemia do coronavírus
No mundo todo, a pandemia do novo coronavírus já
infectou mais de 110 mil pessoas em mais de 100 países. Para conter a
disseminação do Covid-19, autoridades desses países estão obrigados a
adotarem medidas duras para evitar que o número de vítimas aumentem. A
ação, embora seja de extrema relevância e necessária, pode vir a afetar a
saúde mental daqueles que, nesse momento, precisam se manterem
isolados.
O período de limitação de deslocamento pode disparar
gatilhos da ansiedade, assim como, em casos extremos, levar a uma
depressão, causada principalmente por um logo período de solidão e medo.
Recentemente,
num estudo publicado pela revista britânica Lancet, os autores
ressaltaram ainda que, além das patologias citadas acima, uma quarentena
pode levar ao estresse pós-traumático, confusão e raiva, além de
ansiedade. De acordo com a psicóloga Hanna Suassuna, a quarentena pode
sim gerar muitas consequências psicológicas, devido ao intenso temor,
ansiedade e angústia compartilhado pelas pessoas, pelo receio de como
ficará a evolução da situação e as repercussões futuras. “Vários
sintomas são observados durante e pós pandemia, como: tristeza, medo em
excesso, abuso de substâncias, transtornos alimentares e
irritabilidade”, observou Hanna.
Segundo o estudo, os fatores que
mais estressam as pessoas isoladas são: não saber quanto tempo durará a
quarentena; medo de serem infectados; frustração; tédio; informações
inadequadas, além de possíveis perdas. “Outro quadro sintomático que
pode ser percebido, é o Transtorno de Estresse Pós-traumático, em que as
pessoas revivem o evento estressor com muita ansiedade, medo e
sentimentos negativos”, argumentou a psicóloga.
A psicóloga lembra
ainda a importância do aumento dos cuidados em relação as pessoas que
já são acometidas por algum transtorno mental, pois eles podem se
intensificar nesse período, além de observar bem o comportamento daquele
profissional de saúde que atua na linha de frente no combate à pandemia
como a que vivemos. “Também é preciso um olhar atento aos profissionais
de saúde que passam por severos desgastes, pela carga intensa de
trabalho e a exposição, gerando como consequências, insônia, ansiedade,
pânico e humor depressivo, necessitando um cuidado especial”, ressaltou.
A profissional demonstrou preocupação inclusive com aqueles que possam
vir a desenvolver algum tipo de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo),
como o comportamento obsessivo de limpeza, por medo da contaminação.
Para
Hanna Suassuna, no momento atual, é preciso entender que o processo do
aumento da ansiedade é natural, devendo ser respeitado e não
negligenciado, mas é importante não reforçar comportamentos que sejam
gatilhos para crises de ansiedade, como falar demais sobre o assunto e
ler várias informações por um longo período do dia. “É preciso realizar
atividades que sejam prazerosas e calmantes, como ler, assistir e
conversar sobre assuntos diversos; realizar técnicas de respiração; e o
autocuidado.
QUARENTENA
A palavra
quarentena foi usada pela primeira vez em Veneza, em 1127, para casos de
hanseníase e foi amplamente usada em resposta à peste bubônica séculos
depois.
PB Agora
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