Primeiro caso suspeito de coronavírus provoca adoção de medidas preventivas na Paraíba
Nonato Guedes
Embora, nas palavras do secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, não
haja razão para pânico, o registro do primeiro caso de coronavírus na
Paraíba provocou a adoção de medidas preventivas, desde a última quarta-feira (26), por parte
de autoridades e profissionais da medicina. Foi confirmado que um homem
de 59 anos, com histórico de viagem à Itália entre 14 e 23 de
fevereiro, chegando ao Brasil na última segunda-feira em voo
internacional com destino a Recife (PE), apresentou sintomas como tosse,
febre e coriza. Ele reside em João Pessoa e buscou atendimento médico
por iniciativa própria, acompanhado por familiares.
O secretário de Saúde revelou que foi realizado o atendimento
assistencial, coleta para exame, bem como procedida notificação para o
Ministério da Saúde para definição do caso. “É importante deixar claro
que o coronavírus não foi confirmado no paciente; é apenas um caso
suspeito que está em investigação. Apenas após o resultado dos exames
podemos confirmar ou não o vírus no paciente”, salientou Geraldo
Medeiros. O paciente continua internado no Hospital Clementino Fraga, na
Capital paraibana, uma das unidades de referência para atendimento de
casos suspeitos do coronavírus e sendo tratado para Síndrome
Respiratória Aguda Grave, como determina o protocolo do Ministério da
Saúde, enquanto aguarda confirmação ou descarte do caso.
Também ontem foi confirmado o primeiro caso da doença no Brasil e em
toda a América Latina, após diagnóstico sobre a situação de um paciente
de 61 anos residente em São Paulo, que igualmente viajou para a Itália
este mês. Familiares e passageiros do voo estão em observação. Mais de
80% dos casos são leves e não há razão para pânico, insiste a
Organização Mundial de Saúde. Em relação à Paraíba, desde janeiro foi
elaborado e amplamente divulgado entre profissionais de saúde da rede
pública e privada o plano estadual para notificação e assistência para o
novo coronavírus. As medidas preventivas incluem divulgação de nota
técnica para os profissionais de saúde indicando o fluxo de atendimento,
unidades de referência para tratamento, além de orientações de
vigilância em saúde e medidas de prevenção para a população e para
profissionais da área. O monitoramento de portos e aeroportos é
realizado pela Anvisa.
Conforme o secretário Geraldo Medeiros, na eventualidade de ser
identificada alguma vítima em outro serviço da rede está previsto até o
transporte aeromédico para garantir o melhor tratamento disponível ao
paciente. “Nós estamos atentos ao que acontece no mundo e estamos
preparados”, relatou o secretário. Paralelamente ao acolhimento do
paciente do caso suspeito de coronavírus em João Pessoa, a secretaria de
Saúde, juntamente com a vigilância municipal, informou que já deu
início às primeiras medidas de vigilância, conforme estabelecido
previamente no Fluxo Estadual para Caso Suspeito. O Hospital
Universitário Lauro Wanderley é, em João Pessoa, a unidade de
atendimento de casos suspeitos para pacientes de pediatria.
Os Guedes
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