Autoridades anunciam morte de médico chinês que alertou sobre coronavírus; hospital nega
Organização Mundial da Saúde (OMS) lamentou a morte do oftalmologista. “Precisamos celebrar o trabalho que ele fez”, disse o diretor executivo Mike Ryan.
A
morte do médico chinês Li Wenliang, oftalmologista do Hospital Central
de Wuhan, foi anunciada na última quinta-feira (6) durante uma reunião da
Organização Mundial da Saúde (OMS). A informação também foi divulgada
pelo veículo estatal chinês CGTN, em seu perfil em inglês no Twitter.
Entretanto,
mais tarde em um post na rede social Weibo, o hospital anunciou que ele
estava internado na UTI. O post do canal estatal que anunciava a morte
foi deletado. Ao lamentar a morte, o diretor executivo da OMS, Mike
Ryan, não chegou a informar a fonte da informação.
Li
Wenliang é apontado como um dos primeiros a identificar a existência do
surto do novo coronavírus e alertar as autoridades. O médico de 34 anos
foi um dos oito médicos que a polícia chinesa investigou sob acusação
de “espalhar boatos” relacionados ao surto. Ele é casado e tem uma filha
de cinco anos.
Estamos muito tristes com a morte do doutor Li Wenliang”, disse Mike Ryan, diretor executivo da OMS. “Precisamos celebrar o trabalho que ele fez no surto de 2019-nCoV.”
Alerta aos colegas
Em
30 de dezembro, o médico enviou uma mensagem para colegas alertando
sobre um possível surto de doença respiratória com sintomas semelhantes
aos da Síndrome Respiratória Aguda Grave, (SARs-CoV), que matou mais de
700 pessoas no início dos anos 2000.
O
doutor Li Wenliang recomendou aos companheiros de trabalho que usassem
equipamentos de segurança para evitar a infecção. O médico fez o alerta
após perceber que, naquele fim de ano, o hospital no qual trabalhava já
tinha recebido sete casos de infecção com sintomas graves.
Junto
com os colegas, ele foi convocado pela polícia e foi forçado a assinar
uma carta na qual prometiam não divulgar informações sobre a doença.
Infectado durante consulta
Acredita-se
que o médico tenha sido contaminado no início do ano enquanto tratava
uma paciente infectada. Li Wenliang contou, em seu perfil de uma rede
social, que em 10 de janeiro começou a tossir, no dia seguinte passou a
ter febre e, dois dias depois, foi para o hospital. Seus pais também
ficaram doentes e foram internados.
O
médico contou que os primeiros exames deram negativo para coronavírus.
Mas, em 30 de janeiro, ele postou novamente dizendo que um teste mais
específico identificou o vírus: “Hoje, o teste de ácido nucleico voltou
com um resultado positivo. A poeira baixou, finalmente fui
diagnosticado”.
No
fim de janeiro, o médico publicou em uma rede social chinesa um pedido
de desculpas do governo chinês, que admitiu falha na resposta à epidemia
do novo coronavírus.
Fonte: Metróples - Publicado por: Alana Yaponirah
Nenhum comentário:
Postar um comentário