quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Combate à aterosclerose, doença cardíaca que atinge dois milhões de pessoas por ano no Brasil

Cientistas dos Estados Unidos criaram uma nanopartícula, célula que causa o desentupimento das artérias e evita ataque cardíaco

Peça ajuda a estimular células de defesa do organismo a comerem placas de gordura


Artéria obstruída
Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos criaram uma nanopartícula que estimula os monócitos e macrófagos, células de defesa do organismo, a comerem placas de gordura, cálcio e outras substâncias que causam o entupimento das artérias. A descoberta foi publicada na revista Nature Nanotechnology e representa um grande avanço no combate à aterosclerose, uma doença cardíaca que atinge dois milhões de pessoas por ano no Brasil.
A nanopartícula é colocada dentro das células imunes, que são responsáveis por combater corpos estranhos no organismo. Então, ela libera um medicamento para estimular os macrófagos a sugar e comer as células mortas e doentes. Isso reduz e estabiliza o tamanho da obstrução dos vasos.
Naturalmente, os macrófagos já realizam esse trabalho de limpeza do organismo. No entanto, no caso desse tipo de doença cardíaca, as células de defesa dependem de um estímulo para selecionar aquelas moléculas que estão entupindo as veias, para depois eliminá-las.
"Descobrimos que podemos estimular os macrófagos a comer seletivamente células mortas que causam ataques cardíacos", explicou Bryan Smith, professor da Michigan State University envolvido na pesquisa. "E nós podemos colocar a nanomolécula dentro dos macrófagos para mandá-los comer novamente".
O pesquisador disse que, futuramente, as nanodrogas podem reduzir o risco de diversos tipos de ataques cardíacos com menos efeitos colaterais para os pacientes. Isso será possível graças ao local em que será depositado o medicamento – no caso, no interior das células imunes; hoje, elas são depositadas na superfície.
A descoberta demonstra que os nanomateriais são capazes de procurar e enviar uma mensagem para as células necessárias ao combate de doenças cardíacas. "Nosso trabalho futuro incluirá o uso desses nanomateriais em modelos de animais grandes e testes em tecidos humanos", concluiu Smith. "Acreditamos que é melhor que os métodos anteriores". O cientista americano registrou uma patente provisória e começará a comercializá-la ainda este ano.
Vinicius Szafran, editado por Liliane Nakagawa 04/02/2020 22h10 - Via: UOL

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