Bebê nasce com tumor maior que a cabeça e mobiliza 50 profissionais da saúde e duas salas de centro cirúrgico
O
Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) mobilizou 50
profissionais e duas salas no centro cirúrgico para atender a uma
gestante de 34 semanas, que precisou de uma cirurgia complexa. A ação
ocorreu recentemente e a equipe médica resumiu o atendimento como
“desafiador e surpreendente”.
Ao
chegar no hospital, no dia 7 de dezembro de 2019, Vanessa Barbosa
Furtado se queixava de dor abdominal. Ela então foi medicada, passou por
exames e permaneceu internada. Neste período, foi constatado que o
filho dela estava com Teratoma Cervical, que, segundo a equipe
responsável, é um tumor constituído de células parenquimatosas,
representativas de mais de uma camada germinativa.
Com o
diagnóstico em mãos, a equipe passou a estudar o caso com informações de
artigos científicos, além da experiência dos profissionais, que ainda
fizeram simulações teóricas. Participaram: médicos, cirurgiões,
enfermeiros, anestesistas, obstetras, pediatras com especialidade na
cabeça e pescoço, além de intensivista neonatal, técnicos e até
fisioterapeutas.
Houve então a definição do melhor tratamento, que
seria a ressecção cirúrgica do tumor, com manutenção do aporte
respiratório. Neste procedimento, o bebê foi parcialmente retirado do
ventre por meio da cesariana e depois foi entubado. Em seguida, ele foi
levado para outra sala do centro cirúrgico e lá houve a retirada do
teratoma, enquanto a mãe também passava pela conclusão do parto.
Vanessa
já teve alta médica. O bebê, chamado José, segue internado na Unidade
de Terapia Intensiva (UTI) neonatal por ser prematuro e também para
acompanhamento especializado da sua evolução.
“Toda a minha
família é muito grata, primeiramente a Deus por estar conosco e por ter
guiado todos os profissionais durante o parto do meu filho, e com
certeza somos gratos também por toda equipe, por todo acompanhamento e
dedicação”, disse, ainda no hospital, a mãe Vanessa.
Tumor era maior que a cabeça da criança, diz médica
A diretora-presidente do HRMS, também especialista em cirurgia em
cabeça e pescoço, Rosana Leite, fala que a mãe teve ruptura da bolsa
desde a 32ª semana de gestação.
“Era
um tumor grande, maior que a cabeça da criança e ela ainda teria
dificuldade em respirar, então, foi programado um procedimento chamado
exit. A gente aproveitou a circulação do cordão umbilical, deixando o
útero bem relaxado e envolvendo toda uma equipe técnica, fizemos a
cesárea. Havia realmente pressão na traqueia, entubamos, cortamos o
cordão umbilical e, na outra sala, retiramos o tumor. A mãe, graças a
Deus, ficou muito bem”, ressaltou.
Segundo Leite, a criança
atualmente está respirando normalmente e já está na unidade
intermediária. “Ela já está respirando super bem, apenas com uma sonda
para alimentação e ao lado da mãe. Também deve começar a mamar na mãe em
breve. Nós tivemos a ajuda de muitos especialistas, de qualidade, a
melhor do estado”, finalizou.
Fonte: G1 Mato Grosso do Sul - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Adriany Santos
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