Bombeiro dá socos e raspa cabelo da filha de 14 após suspeitar que ela não era mais virgem: ‘Você é piranha igual sua mãe’
Uma adolescente de 14 anos teve parte do cabelo raspado pelo próprio pai, um sargento do Corpo de Bombeiros,
que ficou irritado depois de assistir um vídeo em que a menina aparecia
supostamente tomando bebida alcoólica e fumando cigarro. O caso
aconteceu na madrugada de quinta-feira em Bento Ribeiro, na Zona Norte, e
foi registrado na 30°DP (Marechal Hermes).
Os
pais da jovem são separados. Segundo a polícia, a menina passava uns
dias na casa do pai, mas acabou sendo alvo do comportamento
descontrolado do militar. Em depoimento, ele contou ter recebido um
vídeo em que a filha aparecia reunida com outros jovens numa praça
próximo de casa. Bebida e cigarro apareciam nas imagens. De acordo com a
delegacia de Marechal Hermes, que abriu inquérito para apurar as
circunstâncias em que tudo aconteceu, o bombeiro disse que imaginava ser
um cigarro de maconha e passou a acreditar que a filha não era mais
virgem. Por causa disso, seguiu contando em depoimento, ficou nervoso e
passou dos limites. A adolescente negou as acusações do pai.
A mãe
e a adolescente decidiram comprar uma peruca na tentativa de minimizar o
trauma da jovem. Elas saíram no fim da tarde para pesquisar o produto
em algumas lojas da Zona Norte. Segundo a mãe da menina, a peruca custa
aproximadamente R$ 3 mil e amigos decidiram criar uma vaquinha online
para ajudar a pagar.
– Queremos comprar logo para que seja algo
menos doloroso para minha filha lidar todos os dias, ter que ficar se
olhando no espelho e se sentindo inferior, diminuída.
O sargento não só raspou o cabelo da filha, como a agrediu com socos no rosto e no braço, onde apresenta hematomas.
–
Ele me xingou muito e disse que não prestava. Falava ‘você é piranha
igual sua mãe’ – lembrou a menina. – Agora estou um pouco melhor, mas eu
me olhava no espelho e só chorava – relatou a garota.
A
mãe da menina afirmou que o sargento sempre foi muito agressivo com
palavras e ja agrediu a menina outras vezes, mas nunca com tanta
violência.
A Polícia Civil solicitou à Justiça a proibição do
sargento de encontrar a menina até que o inquérito seja concluído. A
medida protetiva, segundo os agentes, já foi deferida.
Os
investigadores também decidiram fazer uma perícia na casa da mãe da
jovem, isso porque ela contou na delegacia que há cerca de um ano,
durante uma discussão, o bombeiro fez um disparo de arma de fogo.
Em
nota a Polícia Civil informou que foram instaurados dois inquéritos,
sendo um para apurar as lesões e injúrias à menor, e outro,
inicialmente, para apurar disparo de arma de fogo.
Já o Corpo de
Bombeiros informou também por meio de nota que instaurou processo
administrativo disciplinar para apurar a conduta do militar, e que a
Corregedoria Interna da corporação determinou a suspensão do porte de
arma do sargento.
Na esfera criminal, a competência é da Polícia
Civil. A corporação informou ainda que o CBMERJ reforça que não
compactua com atos ilícitos ou que vão de encontro à ética, à moral e
aos bons costumes.
Fonte: Extra - Publicado por: Amara Alcântara
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