Deputado Bivarista fala em processar Jair Bolsonaro por ‘assassinato de reputações’
Para o deputado Junior Bozzella, o modus operandi com que o Planalto agiu é 'muito sujo'
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Júnior Bozzella (PSL-SP) - (Fábio Cavalcanti Ferreira/.)
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O presidente Jair Bolsonaro pode ser alvo de um processo por ter autorizado seus auxiliares a vasculharem o passado do presidente do PSL, Luciano Bivar,
e propagarem que ele foi um dos principais suspeitos em um assassinato
de década de 1980. Conforme revelou VEJA nesta edição, a investida dos
bolsonaristas de investigar o dirigente partidário se dá no ápice da
crise entre o presidente da República e Bivar. Auxiliares de Bolsonaro
afirmam que ele desembarcará do partido nos próximos dias.
Reportagem de VEJA mostra que aliados do presidente da República
estão empenhados em colher documentos e testemunhos que possam levar à
reabertura do processo que investigou a morte de uma massagista em 1982.
À época, Bivar era suspeito de ter um caso com Claudete Maria da Silva.
O corpo dela apareceu boiando no Rio Capibaribe, no Recife. Claudete
estava grávida de oito meses e, horas antes de desaparecer, havia
confidenciado a uma amiga que iria se encontrar com o pai da criança –
Luciano Bivar. O episódio foi rememorado ao presidente da República por
Gilson Machado Neto, amigo pessoal de Bolsonaro e o atual chefe da
Embratur.
“Há uma clara evidência da interferência do Planalto na montagem de
dossiês. Isso dá improbidade administrativa, é muito grave”, afirma o
deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), aliado de Bivar. “Nós vamos acionar
juridicamente. Só há um interesse, que é o de assassinar reputações”,
continuou.
Para Bozzella, o modus operandi com que o Planalto agiu é “muito
sujo”. “Estão requentando algo de mais de 30 anos por causa de uma briga
de poder, ego, vaidade e dinheiro. Vai cada vez mais mostrando o
caráter dessas pessoas”, afirmou. O deputado comparou o episódio à
reação de Bolsonaro ao ter seu nome vinculado ao assassinato da
ex-vereadora Marielle Franco. “Ele fez um escândalo. Mas, agora, usa do mesmo processo que condenou para poder difamar a imagem de alguém.”
O deputado Delegado Waldir, que era amigo do presidente e se diz
traído por ele, também condenou a varredura contra Bivar. “Pela primeira
vez na história do país você vê a Presidência da República envolvida em
situações graves como essa”, afirmou. “Estão fazendo isso para tomar o
comando do partido a qualquer preço. Não foi para isso que elegi um
presidente da República. Fere todos os conceitos de democracia.” O
deputado se diz frustrado: “O método virou padrão”.
Waldir, no entanto, é contra qualquer reação partidária. “Não vamos
usar as mesmas armas nojentas”, diz. “Luciano Bivar é uma vítima. Estão
tentando destruí-lo.”
Veja - Por

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