Pai de bebê incinerado por engano desabafa: ‘Quero saber quem botou fogo no meu neném’
O
vendedor Rogério Cardoso de Almeida, de 32 anos, contou que ele e sua
mulher, Juliana Fernandes, de 29, ainda sofrem com o sumiço do filho
recém-nascido de dentro de uma maternidade. O bebê morreu cerca de 12
horas após o nascimento e o corpo desapareceu. A Secretaria de Saúde de
Aparecida de Goiânia afirmou que a criança foi incinerada por engano
junto com lixo hospitalar.
“Você
não saber onde está o corpo do seu filho, você não tem a onde ir para
matar a saudade dele. Se tivesse o túmulozinho dele lá, eu poderia ir
visitar quando desse saudade. Mas nem isso, nem corpo tem mais. A dor é
grande”, disse Rogério à “TV Anhanguera”.
Rogério também está
inconformado com a falta de entendimento entre a Maternidade Marlene
Teixeira e a empresa responsável pela coleta de lixo hospitalar. A
Secretaria de Saúde afirma que “chegou-se ao indicativo de que a empresa
responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um
equívoco e levou o corpo do recém-nascido para incineração”.
Já a
empresa de coleta garante que “não viola o resíduo hospitalar recolhido
de seus clientes, que é armazenado em depósito específico de
responsabilidade de cada hospital”. Ainda segundo a nota da empresa,
“que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do
ocorrido”.
A Secretaria de Saúde afirmou em nota, divulgada neste
domingo, que “o corpo do recém-nascido estava devidamente identificado
acondicionado em refrigeração e em um compartimento específico,
aguardando o recolhimento pela empresa funerária”.
O pai do bebê
quer Justiça. “Quero saber quem botou fogo no meu neném. A única coisa que eu
mais quero disso é Justiça. Não vai trazer ele de volta, mas saber que
quem fez vai está pagando. Que essa pessoa que fez isso deve ter filho
também e deveria se pôr no nosso lugar”, disse.
A
mãe da criança está inconformada. Juliana chegou a ser levada para o
hospital para ser medicada e receber soro. “Ela não consegue acreditar
no que aconteceu. Desde então só chora, e não come. Tive que levá-la
para tomar soro no hospital”, contou Rogério.
Entenda o caso
O
bebê Rogério Junior nasceu aos sete meses e, segundo o pai, Rogério, a
maternidade não tinha estrutura para cuidar de um prematuro. O neném
nasceu às 14h55 de quinta-feira e ficou vivo por cerca de 12 horas. Na
certidão de óbito, consta que a criança morreu por problemas
respiratórios.
“Ele ficou 5 horas esperando que arrumassem um
incubadora e depois ficou mais um tempão esperando para ser transferido
par um local com mais estrutura”, disse o pai, que acompanhou tudo.
“Eu
ficava na porta olhando ele. Quando foram fazer a transferência dele,
não resistiu. Estava com ele na ambulância e vi ele morrendo”, contou
Rogério, que afirmou que após a morte do bebê a médica ainda levou o
corpo até a mãe. “Ela pegou no colo. O bebê estava com a aparência toda
formadinha”, disse.
Foi então que Rogério buscou tratar dos
trâmites com cartório, funerária e cemitério para enterrar o filho. Ao
chegar na maternidade para buscar o corpo, ele não havia sido
encontrado.
“Minha mulher está com depressão e nem um psicólogo
eles enviaram para a gente”, reclamou Rogério, sobre o hospital e a
Secretaria de Saúde .
Fonte: Meia Hora - Publicado por: Amara Alcântara
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