Advogado citado em Operação Calvário rebate acusações sobre subtrações de provas
No
dia 30 de junho de 2011, em uma blitiz de rotina, policiais
interceptaram um automóvel. No interior do carro havia a quantia de R$
81 mil, junto a um papel com marcações de letras iniciais, que
indicariam que o dinheiro teria auxiliares do governo do Estado como
destinatários. O episódio longínquo tem relação com uma denúncia
protocolada no Tribunal de Justiça, nesta quarta-feira (4), pelo
Ministério Público da Paraíba contra nove integrantes de uma suposta
organização criminosa.
Entre
os destinatários do dinheiro apreendido naquela operação, indicados
pelas iniciais, estariam o ex-procurador-geral do Estado, Gilberto
Carneiro; a ex-secretária de Administração, Livânia Farias; o irmão do
ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, e a
ex-superintendente de Transportes e Trânsito de João Pessoa, que depois
passou a ocupar o cargo de secretária de Administração da capital, Laura
Farias. A apreensão ocorreu nas proximidades do viaduto Ivan Bichara,
na BR-101, em João Pessoa, e houve esforço enorme das autoridades para
abafar o caso.
O episódio se perdeu
no tempo em meio a muitas idas e vindas até o arquivamento do inquérito
policial, de forma bastante suspeita. O caso gerou até abertura de
inquérito no Ministério Público da Paraíba. O fio condutor para elucidar
tudo veio apenas agora, oito anos depois, com a denúncia protocolada
com base em investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.
Há denúncia de subtração de provas
Após a apreensão do dinheiro em operação policial, citada no início do texto, o grupo teria agido para apagar eventuais provas. A denúncia revela que Gilberto Carneiro teria acionado José Vandalberto de Carvalho para comparecer à Secretaria de Segurança e Defesa Social e se apresentar como representante do motorista. O detalhe é que Vandalberto, na época, ocupava cargo de assessor especial da Procuradoria-Geral do Município. Coube a ele, no dia 4 de julho de 2011, assinar o termo de entrega de objetos e documentos pertencentes ao motorista Rodrigo Lima da Silva.
Após a apreensão do dinheiro em operação policial, citada no início do texto, o grupo teria agido para apagar eventuais provas. A denúncia revela que Gilberto Carneiro teria acionado José Vandalberto de Carvalho para comparecer à Secretaria de Segurança e Defesa Social e se apresentar como representante do motorista. O detalhe é que Vandalberto, na época, ocupava cargo de assessor especial da Procuradoria-Geral do Município. Coube a ele, no dia 4 de julho de 2011, assinar o termo de entrega de objetos e documentos pertencentes ao motorista Rodrigo Lima da Silva.
De
acordo com as investigações, no mesmo 4 de julho, a então secretária de
Finanças do Estado, Aracilba Rocha, compareceu à Secretaria de
Segurança, acompanhada de Livânia, e recolheu parte do material
apreendido pela polícia. Entre eles, estavam documentos originais e o
celular do motorista. O material deveria compor acervo probatório do
crime. A cobrança feita por ela foi direcionada ao delegado-geral da
época e depois ao Secretário Executivo, Raimundo Silvany.
“Após
conseguir seu intento, fruto de decisão teratológica do denunciado
RAIMUNDO JOSÉ SILVANY, (Aracilba) tratou de deixar o local levando
consigo os documentos e o aparelho celular do portador da propina. Sobre
esse objeto havia um especial interesse e por isso não integrou o
acervo devolvido ao increpado JOSÉ VANDALBERTO, embora registrada sua
devolução no Termo de Entrega”, diz a denúncia.
Vandalberto se manifesta
O
citado se manifestou em um grupo de Whatsapp. Segundo Vandalberto, os
documentos e o celular lhe foram entregues pelas autoridades policiais:
“Denunciar o advogado sob a alegação de que o mesmo destruiu uma suposta
prova (celular) que a própria autoridade policial lhe entregou é algo
inaceitável. Tempos sombrios para a advocacia”, comentou.
Fonte: Polêmica Paraíba - Publicado por: Amara Alcântara
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