Em velório, amigos e admiradores se despedem do jornalista Paulo Henrique Amorim que morreu, aos 76 anos, vítima de infarto
Corpo do jornalista, que recentemente havia sido afastado do Domingo Espetacular, foi velado na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no centro do Rio de Janeiro
O corpo do jornalista
Paulo Henrique Amorim foi velado entre a manhã e a tarde desta
quinta-feira (11) na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no
centro do Rio de Janeiro.
Familiares, amigos e admiradores prestaram homenagens ao jornalista que
trabalhava desde 2003 na TV Record e morreu na quarta-feira (10), aos
76 anos, vítima de um infarto.
O momento também teve um tom político quando pessoas que
homenageavam o jornalista passaram a gritar “Fora, Bolsonaro” e “Lula
Livre”, de acordo com o Uol. As manifestações dizem respeito às posições
políticas de Paulo Henrique Amorim, que era defensor dos governos
petistas e crítico da gestão atual.
O sepultamento está marcado para as 17h, no Cemitério da Penitência, na zona portuária do Rio de Janeiro.
Irmã de Paulo Henrique Amorim, a professora universitária Marília
Amorim lembra que o irmão mais velho tinha uma forma de cuidado que
sempre se preocupava em contribuir com sua formação profissional e
intelectual.
“Ele sempre me protegeu num sentido muito diferente. Era uma proteção
que não me dava refresco. Era uma proteção para me colocar indo à
luta”, lembra Marília, que afirma que, por sua coragem, Paulo Henrique é
uma “perda imensa” para o jornalismo brasileiro. “Era uma pessoa muito
dedicada ao jornalismo”.
O presidente recém eleito da ABI, Paulo Jerônimo, contou que ofereceu
a sede da associação à família pela importância que o jornalista teve
ao longo de sua trajetória. “Foi um brilhante jornalista, respeitado por
toda a classe. Estamos orgulhosos de prestar essa homenagem”, disse
Paulo Jerônimo, que também chegou a conviver com Paulo Henrique Amorim.
“Ele era um cara muito engraçado, com tiradas impressionantes”.
O cineasta Luiz Carlos Barreto contou que ainda no início de sua vida
profissional, como repórter da Revista Cruzeiro, fez uma amizade com
Paulo Henrique Amorim que durou até sua morte. Barretão, como também é
conhecido, elogiou a firmeza do amigo em suas convicções e na defesa da
democracia.
“Às vezes, nessa sua fé no jornalismo livre e independente, cometia
alguns excessos, mas isso faz parte da paixão. E ele era um apaixonado
pela democracia verdadeira”, disse o cineasta. “Era, sobretudo, um
espírito livre, e como tal, sempre muito polêmico”.
Versatilidade
Com uma atuação que foi do jornalismo impresso ao televisivo,
chegando também à internet, o profissional também foi homenageado por
sua versatilidade. Paulo Henrique Amorim atuou como correspondente
internacional em Nova York nas revistas Realidade e Veja. Na televisão,
passou pela extinta Manchete, pela Globo, Bandeirantes, TV Cultura e
Record, onde apresentou o programa Domingo Espetacular por 14 anos.
A atuação de Paulo Henrique Amorim no site Conversa Afiada reuniu
milhares de seguidores, que acompanhavam suas postagens também nas redes
sociais. Entre esses internautas estava a contadora e professora Fátima
Leão, de 64 anos, que foi ao velório homenagear o jornalista mesmo sem
tê-lo conhecido pessoalmente.
“Acompanhava ele no Twitter e no canal dele e a gente estava sempre
interagindo nas lives. Era uma pessoa incrível que estava na luta contra
esse estado de coisas desde os anos 60”, elogia ela, que de tanto
interagir com o perfil dele no Twitter, passou a ser seguida pelo
jornalista. “Ele me deu a honra de me seguir. Todos os dias eu entrava
lá e via o que ele estava falando logo cedo”.
Fonte: Exame com Agência Brasil
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