Brasil atua para evitar uma nova Venezuela na América do Sul, diz Jair Bolsonaro
Bolsonaro quer discutir com Donald Trump a crise na Venezuela
© Carolina Antunes/PR
BRASÍLIA, DF
(FOLHAPRESS) - Ao lado do principal diplomata dos Estados Unidos no
Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (3), que
seu governo atua para que não surja uma nova Venezuela na América do
Sul.
"Temos um problema aqui ao norte do Brasil e não queremos que
outros países enveredem para esse lado", disse Bolsonaro, durante a
cerimônia de celebração da independência dos Estados Unidos, na
embaixada norte-americana em Brasília.
O Brasil e os EUA
reconheceram a legitimidade do líder oposicionista Juan Guaidó para
comandar o país vizinho, oficialmente chefiado pelo ditador Nicolás
Maduro.
Bolsonaro também disse que, durante o encontro bilateral
que teve com Donald Trump na cúpula do G20 no Japão, pediu ao presidente
dos EUA para que ele venha à América do Sul para discutir com outros
mandatários a crise na Venezuela.
"Nessa viagem ao Japão fiz uma
solicitação a ele [Trump]. Talvez ele venha à América do Sul, onde
reuniríamos os países que abandonaram a esquerda e foram para o centro e
para a centro-direita", declarou.
Bolsonaro não deu mais detalhes
sobre essa possível visita de Trump à América do Sul, mas desde antes o
encontro do G20 existe um convite para que o mandatário dos EUA vá ao
Chile em novembro para uma reunião da Apec (Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico). Não há, no entanto, confirmação se Trump irá ou não a
essa reunião no Chile.
Em sua fala, Bolsonaro se comparou ainda a
Trump ao argumentar que tanto ele quanto o norte-americano tiveram
trajetórias semelhantes em suas campanhas eleitorais.
De acordo
com Bolsonaro, os eleitores do Brasil e dos EUA fizeram o que "seus
corações determinaram" e não seguiram o que "diziam os especialistas". O
presidente afirmou ainda que nas últimas décadas o Brasil e os EUA
estiveram "um pouco afastados", mas que houve uma reaproximação com seu
governo, porque o "viés ideológico" foi abandonado.
Referindo-se
aos EUA como "país irmão", Bolsonaro disse que as duas nações estiveram
juntas em diversos momentos da história. "A liberdade não tem preço.
Brasil e EUA, nos momentos mais difíceis da história do mundo, sempre
estiveram juntos, como na Segunda Guerra Mundial, quando combatemos o
nazi-fascismo", declarou.
No palco com presidente estavam, além da
primeira-dama Michelle Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo, o
encarregado de negócios da embaixada dos EUA, William Popp -atualmente o
principal diplomata norte-americamo no país.
Após sua fala, Bolsonaro e os presentes no evento acompanharam uma
queima de fogos. A presença do presidente da República em festas
nacionais em embaixadas de outros países é evento raro e pouco comum na
praxe diplomática.
Política ao Minuto
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